Francisco Perna Filho
O bruto ser que brota
nos olhos finos do gato,
em plena luz refletida.
A loucura da palavra,
que me impede a boca,
no beijo travo da louca
que me assalta o sonho.
Um caminho
que nunca volta,
a porta em desalinho
na sombra que me reflete torto.
O passarinho rouco
em desacelerado canto
um beijo tenso guardado
Quando me levanto.
Tarde tarda tantas vezes o sono,
sou assim assado sempre que me escondo,
me escudo,
me recuso,
nunca me acho.
A fina flor que carrego
morreu de orvalho
Fonte da imagem: http://ipt.olhares.com/data/big/135/1355524.jpg
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