Francisco Perna Filho
I
Vazio de cidade,
há uma desordem em mim.
Contemplador de desvãos,
vou esculpindo infrutíferas buscas.
O que há de encontro na minh’alma
é só o apóstrofo.
Busco desvencilhar-me da ferrugem da estrada,
do ferrolho das minhas ausências,
quando substantivo a vontade.
Há em mim doença de lagarta,
predisposição para casulo,
pretensão para eterno.
Voar é o meu destino.
Rastejante, carrego primórdios,
contemplo a estrada.
II
Toda estrada traz o peso dos passos,
a solidão da espera,
a aflição da permanência.
Toda estrada atende determinações.
Carrega um amargor de épocas,
apêndice de partidas.
Toda estrada transporta um ser aprisionado,
voz de encontro,
razão para perder-se.
Intensifico minha pretensão de perpetuação.
Rastejante, apresento-me à parede.
há um desejar de minha parte:
de gestar esta metamorfose.
Há uma rejeição paredal.
Apresento-me ao fio elétrico,
há uma mútua atração,
uma revelação primal:
a técnica natural se afeiçoa da modernidade
para parir um vôo de destinação.
A vida se faz múltipla,
apesar da indiferença humana.
Fonte da imagem: http://i140.photobucket.com/albums/r30/dblankalbum/LagartaBus.png
Olá Francisco.
ResponderExcluirSou aluna do Professor Fábio, da UFT, e venho agradecer, mais uma vez, pela participação em nossa aula. Fora muito importante e interessante sua explicação sobre a crônica.
Adorei!
Desde já visito sempre seu blog e adoro, não entrei em contato antes por bobeira rs.
Se me permite, adicionei seu blog a minha lista de blogs indicados (também mantenho um blog aqui no blogspot).
Qualquer coisa, entre em contato...
http://esmaltdescascado.blogspot.com/
Será um prazer mostrar a você a crônica que produzi depois daquela aula.
Araços Ina