Francisco Perna Filho
Um rio sereno corre nos meus dias,
há tanto que eu o persigo,
desde suas nascentes,
quando é apenas um fio,
passando por transformações,
nas corredeiras,
há tanto que eu o persigo,
desde suas nascentes,
quando é apenas um fio,
passando por transformações,
nas corredeiras,
nos montes de areia e cachoeiras.
Vejo-o indo,
sempre indo.
Às vezes, terno;
Vejo-o indo,
sempre indo.
Às vezes, terno;
às vezes, retumbante,
muitas vezes rompe o próprio leito.
O rio que corre em mim
é ancestral,
é pura simbologia,
retrato de épocas,
de lutas,
e de sonhos.
O rio da minha infância
ainda corre tímido,
em alguns pontos,
segregado, aborrecido.
Da margem de cá,
da margem de lá,
é sempre rio.
E assim me rio
dos inavegáveis trechos,
santificado em águas profundas.
Rolam águas,
rolam sonhos,
rolam peregrinos.
Bem-te-vi,
bem te vejo,
benfazejo,
como um estirão,
um grito longo
precipitando-se
muitas vezes rompe o próprio leito.
O rio que corre em mim
é ancestral,
é pura simbologia,
retrato de épocas,
de lutas,
e de sonhos.
O rio da minha infância
ainda corre tímido,
em alguns pontos,
segregado, aborrecido.
Da margem de cá,
da margem de lá,
é sempre rio.
E assim me rio
dos inavegáveis trechos,
santificado em águas profundas.
Rolam águas,
rolam sonhos,
rolam peregrinos.
Bem-te-vi,
bem te vejo,
benfazejo,
como um estirão,
um grito longo
precipitando-se
em sonhos
repercutindo
repercutindo
em tessituras.
O rio da minha infância
O rio da minha infância
é maior do que os meus braços,
do que os meus olhos,
do que o meu mundo.
Foto by Francisco Perna Filho
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