Francisco Perna Filho
O pássaro pousa no sonho
um cantar de prata,
e a densa plumagem que o abriga
é de um verde inacabado,
de um amarelo rubro,
de presumida ferida.
O homem que sonha o pássaro,
aos olhos do pássaro,
é um gigante e,
por um instante,
parece tocá-lo com um grito.
O pássaro sonhado carrega
nas asas muitas pedras,
perseguições
e desencantos,
por estar preso ao sonho,
a um visgo tão ilusório quanto a sua existência.
O homem ainda é um menino
e acostumou-se a sonhar pássaros
para aprisioná-los nos seus poemas.
Fonte da imagem: http://ipt.olhares.com/data/big/262/2625793.jpg
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