I
A cidade é vista sob a neblina difusa.
Há um desejo de vê-la cada vez mais de perto.
ela é vária e diluída ensina
um olhar de milhas
que não se perde em mim,
A cidade é dura,
é leve
é ilha.
Somente em mim ela se completa.
Acordada, sente o olhar humano,
e dormindo, afaga os sonhos mais diversos.
Há um querer de ruas,
de praças,
de espaços e vazios.
no sonho de cada um.
Emblemática,
Pálida,
Palaciana.
Refletida nos olhos alheios
da multidão perdida,
alonga- se pelos fios das telefônicas
dos teleféricos,
dos meios– fios.
A cidade esculpida,
pronta,
bela,
artística,
celebra o ócio,
a saciedade,
todas as cores,
todos os mármores,
todos os vinhos...
postum vinu...
com suas curvas,
seus cabelos,
suas praças,
elegantemente, caminha;
socialmente, apresenta-se
trazendo nos lábios
a expressão do amor urbano.
A cidade no olhar encanta,
Com seus olhos negros,
Fotografa o ser que passa
e nela vive.
Ela é pura graça,
no salto alto,
semblante atalho para o coração.
Noturna,
Revela-se em cores, odores e desafetos.
Abrindo a blusa,
receia não ser comida,
degustada,
matar a fome de quem somente paga,
somente passa.
A cidade em chamas
desconstruindo-se
subindo e descendo
longas ladeiras,
explode em verdes,
em vias:
prazerosamente,
permanentemente
orgástica.
Ainda perplexa,
recebe o homem,
com suas máquinas,
com suas mágoas,
Com sua crenças
e caprichos.
E ele
nela se perde,
lamentando não conhecê-la
Imagem: óleo sobre tela - by Francisco Perna Filho - 2008
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