Os mais belos jardins do mundo
serão, para sempre, os baldios,
nos lotes, esperando preço,
e, de romantismo, vazios
onde nascem plantas estranhas,
ninguém sabe de quais entranhas:
as anti-rosas e anti-orquídeas
e as hastes verdes soluçantes,
entre trepadeiras ofídias,
todas, no esplendor do abandono,
e ameaçadas por seu dono.
(Abril de 2003)
In.O cão de olhos amarelos. São Paulo: A Girafa, 2006,p.104.
Imagem retirada da Internet: Baldio
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