Silêncio
A
suposta lua que veríamos,
não a temos.
Somente
as dálias,
os
hibiscos,
o
bule de café,
a
sala bem arrumada,
dialogam
com o nosso silêncio.
Tudo
parece tão terno,
bem acabado,
perfeito
para o amor prometido,
invetado
em palavras raras,
prontas
para serem ditas.
Lá
fora,
a chuva,
a vida sonolenta,
a
sirene d i s t a n t e,
as
sonambúlicas palavras da madrugada
pronunciadas
no sexo barato de alguma prostituta.
Aqui,
nos
reclinamos,
propensos
ao mundo,
ao tempo,
ao gozo,
quedos nas
nossas vontades,
nos nossos
vazios,
nos nossos
delírios.
Imagem retirada da Internet: Ninho
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário aqui