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Show de graça
O ser, capenga,
capina.
A mata, em riste,
resiste.
Na lâmina cega,
o reflexo de mais um capítulo
de devastação.
Tão desolado,
do outro lado,
o homem fica.
Sentenciado,
brinca de ser humano.
A lua olha
o cambaleante homem,
que perfila tombos pela avenida.
Numa igreja à vista,
uma placa indica:
Show de graça!
Sem pagar ingresso,
ele entra,
senta-se,
chora,
morre de rir.
In. Refeição. Goiânia: Kelps, 2001
Imagem retirada da Internet: Palhaço
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