Mário Chamie - Poema
A CARNE É CRÁPULA
A carne é crápula
sob o olho cego
do desejo.
A carne é trôpega
se fala sob o pêlo
de outro desejo alheio.
A carne é trêmula
e fracta.
Crina de nervos,
veneno de víbora,
a carne é égua
sob o cabresto
de seus incestos
sem freios.
Fálica e côncava,
intrépida e férvida,
a carne é estrábica
nos entreveros
do sexo
com seus desacertos
conexos.
Sob o olho
sem mácula e cego,
a carne é crápula
nos arpejos
indefesos
de seus perversos
desejos.
In. Caravana Contrária. São Paulo: Geração Editorial, 1998.
Imagem retirada da Internet: sensual
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Leia também
Valdivino Braz - Poema
Soldado ucraniano Pavel Kuzin foi morto em Bakhmut - Fonte BBC Ucrânia em Chamas - Século 21 Urubus sobrevoam...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário aqui