Desejo
(1920)
Só o teu coração quente
e nada mais.
Meu paraíso um campo
sem rouxinol
nem liras,
com um rio discreto
e uma fontezinha.
Sem a espora do vento
sobre a fronde
nem a estrela que quer
ser folha.
Uma enorme luz
que fosse
pirilampo
de outra,
em um campo de
olhadas partidas.
Um repouso claro
e ali nossos beijos,
lunares sonoros
do eco,
se abririam muito longe.
E teu coração quente,
nada mais.
Tradução: Willian Agel de Mello
Imagem retirada da Internet: desejo
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