Ruas em movimento:
arredondadas, ovais, curvas
como os carros que comportam.
Por serem ruas, vias, caminhos
transportam o cheiro salobro do desencanto;
A fúria magenta da depressão,
o desejo compacto das virgens.
A carne das ruas é de metal pesado,
composta em vírgulas e interrogações,
Mal-passada, às vezes;
esturricada, outras,
mas sempre rua.
Olhando-as de cima, parecem riscos.
De baixo, rios infindáveis,
transportando almas.
As ruas suam ao meio-dia,
são turvas ao anoitecer,
são curvas na madrugadas,
e morrem a cada domingo,
a cada feriado,
trespassadas por si mesmas.
Imagem:http://i34.tinypic.com/10dfep2.jpg
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