Mea culpa ou Profissão de fé
ao poeta Francisco Carvalho
Semear poeiras e andrajos de esperas
dissecar os ossos das metáforas
acender espantalhos no amarelo das espigas.
Decantar o silêncio que sustenta o cais
ostentar um colar de metonímias
despir a voz da louca, cuja febre anuncia
um evangelho apócrifo.
Caminhar sob pedras como por milagre
ouvir a foz rouca dos rios da infância
borrifar no azul as flores do arco-íris.
Pintar um verão vazio de andorinhas
se encharcar de sol e devaneios
hastear um lenço sujo de saudade
ajustar os ponteiros na cópula dos pardais.
Imagem retirada da Internet: cais
Poxa! Lindo demais! Um grande abraço, Wender. Vou compartilhar lá. Aqui Valéria A. S.
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