São Paulo, sábado, 17 de julho de 2010 |
CNPq e Capes permitirão trabalho relacionado à área de pesquisa
RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO
Alunos de pós-graduação do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico Tecnológico) e da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) poderão agora acumular suas bolsas com outras atividades remuneradas.
A "antiga reivindicação dos bolsistas", nas palavras dos CNPq, foi atendida ontem, quando uma portaria assinada pelos presidentes dos órgãos, Carlos Aragão, do CNPq, e Jorge Guimarães, da Capes, foi publicada no Diário Oficial da União. A Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) já adotava política semelhante para bolsistas.
As atividades, porém, terão de ser aprovadas pelos orientadores e informadas aos programas de pós-graduação. Devem estar "relacionadas à área" do estudante e ser "de interesse para sua formação", diz a portaria.
O texto cita "especialmente [atividades de] docência nos ensinos de qualquer grau". Segundo Aragão, os orientadores evitarão que os alunos dediquem um número excessivo de horas ao trabalho fora da universidade.
Muitos alunos bolsistas já complementavam sua renda com aulas antes da portaria. Os inquéritos criados, diz Aragão, eram "esforço inútil", porque é "muito recomendável que o aluno de pós exerça atividades didáticas".
"Além disso, há áreas como engenharia ou medicina, em que existia dificuldade para manter estudantes vinculados aos cursos de pós-graduação", diz. Os alunos recebiam ofertas de trabalho com boas remunerações, e era difícil evitar a evasão.
"A medida será boa para a interação com empresas", diz, argumentando que ela vai permitir que empresas se aproximem das universidades quando alunos de pós estiverem nos seus quadros.
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