OS PRIMÁRIOS CAMINHOS DA AUSÊNCIA
Ninguém veio,
e a esperança de um amor incutido
foi se perdendo nas horas.
(Não digo que todo o resto do dia tenha pensado em saudades),
Ninguém veio,
e o poeta,
indefeso,
só pôde acatar e louvar os primários caminhos da ausência.
Não houvesse ausência,
não haveria saudade,
e, por certo, não haveria poema.
Ninguém veio,
e o poeta passou a adiantar-se aos encontros
a contemplar as ausências,
e o poema estava salvo.
In. Revista Poesia Sempre. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 2009
Imagem retirada da Internet: Solidão
Belo poema. Bela ilustração. Das "ausências" brotam cores variegadas para pintar maravilhosos poemas. Conforme você mesmo diz, o poema foi salvo.
ResponderExcluir