S I L Ê N C I O
A suposta lua que veríamos,
não a temos.
Somente as dálias,
os hibiscos,
o bule de café,
a sala bem arrumada,
dialogam com o nosso silêncio.
Tudo parece tão terno,
bem acabado,
perfeito para o amor prometido,
invetado em palavras raras,
prontas para serem ditas.
Lá fora,
a chuva,
a vida sonolenta,
a sirene d i s t a n t e,
as sonambúlicas palavras da madrugada
pronunciadas no sexo barato de alguma prostituta.
Aqui,
nos reclinamos,
propensos ao mundo,
ao tempo,
ao gozo,
quedos nas nossas vontades,
nos nossos vazios,
nos nossos delírios.
Belo poema! Em breve devo postar uma seleção de seus poemas em meu blog:www.poesiadiversidade.blogspot.com
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