Bons Dias?!
A parafernália toda posta com porcas, parafusos e
gente. Tudo de forma sistêmica que manipula qualquer mula que se recusa a
pensar em sua própria existência. E ainda que se tente pensar é foda, porque as
estruturas estão introjetadas. Não nos ensinam o que somos e sim exatamente o
que não devemos ser. De uma forma tão maniqueísta que toda possibilidade do
‘vir-a-ser’ é errada e deve ser incluso fora desta.
Todo grito que acredito ser explosão, não passa de uma
repercussão esperada para ser enquadrada como peça da engrenagem. Revolucionária
e reacionária se confundem para além da cacofonia política...
Meus derrames semânticos e delírios léxicos ali postos
completos, mas nunca nus... Olhos sempre com pus. O cisco do seu olho a trave
do meu. Sangrando, pulsando corações que gritam... Somos filhos quentes de uma
guerra fria, tentando virar gente. Entre o mal escrito e ‘mal dizido’ constituímo-nos
filhos de pais presentes na indústria cultural maternalmente econômica. Gosto sem gosto de um narciso sem espelho e
maldizente transitando em ruas muito bem sinalizadas... Que é para não errar o
caminho.
... Tudo sordidamente concatenado e (é) claro como a
poluição. Chaminés... Nossas bocas e cigarros imitam-se... Novela, cinema e a
própria vida plástica da modernidade liquida. Sonhos de Odara! Aqueles que
aprendemos ter dentro das probabilidades de ser.
Eu, tu, nós, eles... Já nem sei que pronome usar quando
me vejo lá dentro. O cheiro de cores e os desencontros casuais.
Me vejo no seu rosto de pierrô e vouyer, sou uma
legião de ex, de pré e sou. Encontramo-nos no nó nu da clarabóia de muitas
janelas.
Pensava em tudo isto antes de lhe responder o Bom Dia que me dera entre os dentes,
como frase solta em meio à multidão de cordialidades hipócritas... As aparências...
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