Mahmud Darwish |
Eu venho do outro lado
Eu venho do outro lado
Eu venho do outro lado e não tenho memórias
Nasci como os mortais, eu tenho uma mãe.
E uma casa com muitas janelas,
Tenho irmãos, amigos.
E uma cela com uma janela fria.
Minha é a onda, quebrada pelas gaivotas,
Tenho minha própria visão,
E uma muda extra de grama.
Minha é a lua no limite distante das palavras,
E a recompense dos pássaros,
E da imortal oliveira.
Eu caminhei por este continente antes das espadas
Tomarem o corpo vivente das sagradas escrituras.
Eu venho do outro lado. Represento o céu exteriorizado em sua mãe
Quando o céu a martiriza
Quando me puno para meu próprio aprendizado.
Para uma nuvem retornando.
Eu aprendi todo o valor das palavras no galanteio do sangue
Então eu pude exceder a regra.
Eu aprendi que todas as palavras se sacrificam
Para formar uma única palavra: pátria…
Tradução de Fábio Vieira
Imagem retirada da Internet:
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