Foto by Anna
SOLILÓQUIO FINAL DO AMANTE INTERIOR
Acende a primeira luz da noite
na qual descansamos e, por razão pouca, refletimos
o mundo imaginado é o bem maior
Este é, assim , o mais intenso encontro.
É nessa ideia que nos reconciliamos,
Para além de toda indiferença, em coisa única:
Dentro de uma coisa, um único xale
Que nos envolve estreitamente, pobres que somos, um calor,
Uma luz, um poder, o milagroso influxo.
Aqui, agora, esquecemos um do outro e de nós mesmos.
Sentimos a obscuridade de uma ordem, de um todo,
Um saber, aquilo que preparou o encontro.
Em sua fronteira vital, no espírito.
Dizemos Deus e a imaginação são um . . .
Tão alta, a vela mais alta ilumina o escuro.
Desta mesma luz, deste espírito central,
Construímos uma morada no ar noturno,
Na qual estar ali juntos é o bastante.
Sueli Cavendish é professora do departamento de Letras da UFPE – Ensaísta e tradutora.
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