pontes, ouro preto
as pontes que martelo e que atormento
carregam uma espécie de ungüento
que vila rica deixou em cada delas.
o sujo, o não calado, o renitente
perderam a vida, a mão, a língua, o dente
por discordar do que havia sobre elas.
quantos soberbos sobre as pontes disfarçaram
suas viagens de quem nasceu do ouro
e o ferro em apetite aguçaram.
tiveram, em pindorama, estes senhores
que carregar na consciência, se a tiveram,
o grito amargo das dores que causaram!
(de quantas pontes vive ouro preto?)
In. Jornal de Poesia
Imagem retirada da Internet: Ouro Preto
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