Francisco Perna Filho
Venham ver, meus filhos,
a hora da chuva,
o doce bater dos pingos na grama escura.
Sintam o cheiro líquido
se derramando
sobre os nossos olhos.
Não pensem em mais nada, meus filhos,
apenas olhem,
olhem e vejam,
celebrem a noite, também líquida,
se desmanchando em chuva, também noite.
Daqui a pouco,
os pássaros virão,
e pousados nas antenas de tv
anunciarão o novo dia em cantos.
Antecipemo-nos a eles,
cantemos com a chuva,
com a noite.
Os pássaros se repetem todos os dias,
a despeito das imagens e das Atenas.
A chuva noturna, não,
assim como a poesia,
apesar dos sons que produz,
é puro silenciar.
É preciso saber ouvi-la.
Foto by Francisco Perna Filho - Buenos Aires, junho de 2009
Poema bom, cabra bom!
ResponderExcluirVisagem, análise, conselhos, ensinamentos... Poesia de professor. Poesia de Mestre!
Abraços, frapoeta!
Domingo e poesia...
ResponderExcluirParabéns pelo poema!