DIAMBA
Negro velho fuma diamba
pra amassar a memória.
O que é bom fica lá longe…
Os olhos vão se embora pra longe.
O ouvido de repente parou.
Com mais uma pitada
o chão perdeu o fundo.
Negro escorregou.
Caiu no meio da África.
Então apareceu no fundo da floresta
uma tropa de elefantes enormes
trotando.
Cinquenta elefantes
puxando uma lagoa.
– Para onde vão levando esta lagoa?
Está derramando água no caminho.
A água do caminho juntou
correu, correu.
Fez o rio Congo.
Águas tristes gemeram
e as estrelas choraram.
- Aquele navio veio buscar o rio Congo!
Então as florestas se reuniram
e emprestaram um pouco de sombras pro rio Congo dormir.
Os coqueiros debruçaram-se na praia
para dizer adeus.
In. Urucungo (19320) Poemas negros
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário aqui