O luto no Sertão
Pelo sertão não se tem como
não se viver sempre enlutado;
lá o luto não é de vestir,
é de nascer com, luto nato.
Sobe de dentro, tinge a pele
de um fosco fulo: é quase raça;
luto levado toda a vida
e que a vida empoeira e desgasta.
E mesmo o urubu que ali exerce,
negro tão puro noutras praças,
quando no sertão usa a batina
negra-fouveiro, pardavasca.
Imagem retirada da Internet: sertão
Francisco,
ResponderExcluiras constatações de João Cabral sobre o nordeste, de seu cerne árido à pele sempre me causaram emoção.
Ao contrário do que o próprio Cabral regulava, poesia assim é muito, muito emocionante.
Forte abraço!