A um poeta
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego
Não se mostre na fábrica o suplicio
Do mestre. E natural, o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
In. Jornal de Poesia
Imagem retirada da Internet: Mosteiro de São Bento - SP
Bela escolha poética...versos metalinguísticos do grande Bilac, que cantam a farça com que se rompe na alma do poeta o momento da sua criação.
ResponderExcluirUm abraço,
Genny