Ah, o país distante
Ah, o país distante,
onde aquilo que desgarra o coração
sobre seixos redondos
ou sobre juncos, como libélulas frementes
murmura,
e a lua
de luz astuta
- metade madura, metade branca de espigas –
ergue, tão consoladora,
o duplo fundo da noite –
ah, o país distante,
onde o fulgor dos lagos
aquece as colinas,
por exemplo Asolo, onde repousa a Duse;
todos os navios de guerra, mesmo os ingleses,
baixaram as bandeiras quando “Duílio” passou por Gibraltar,
trazendo-a de Pittsburg, de volta –
lá, monólogos
sem relação com o que é próximo,
sentimentos íntimos
precoces mecanismos,
fragmentos de totem
no ar brando –
um pouco de pão doce na jaqueta –
assim passam os dias,
até que depois de um longo voo
os pássaros possam pousar
perto do céu, num ramo
Tradução de Dora Ferreira da Silva
Imagem: Wikipedia
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