Manuel Bandeira - Poema







Manuel Bandeira







O ÚLTIMO POEMA




Assim eu quereria o meu último poema.
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.



In.Manuel Bandeira — São Paulo: Cosac Naify, 2006, pág. 35.
Foto by Sinésio Dioliveira - Zínia - Todos os direitos reservados.

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