A Arte da Prudência - Aforismos











Neste mês de agosto, para reflexão e deleite, postarei textos de grandes pensadores. Para começar, vamos conhecer alguns aforismo do jesuíta espanhol Baltasar Gracián (1647). Os aforismos aqui postados fazem parte do livro A Arte da Prudência, considerado um dos grandes livros de sabedoria universal. Baltasar Gracián nasceu em Belmonte de Calatayud a 8 de janeiro de 1601 e morreu em Tarazona, Espanha, em 6 de dezembro de 1658.





Caráter e inteligência

São os pólos que fazem luzir os predicados.
outra é apenas meia felicidade. Não basta
ser inteligente; é preciso também ter o
caráter apropriado. O tolo fracassa por
desconsiderar sua condição, posição,
origem, amizades.


Conhecimento e coragem se alternam na grandeza.


Sendo imortais, imortalizam. você é o tanto quanto sabe, e
se for sábio capaz de tudo. Homem sem saber, mundo às es-
curas. Discernimento e força; olhos e mãos. Sem valor,
a sabedoria é estéril




In. A Arte da Prudência. São Paulo: Martin Claret, 2002, p.25-26

Tão simples






Francisco Perna Filho



São simples as coisas,

alegres e tristes,

como nós.

Trazem o sabor

e o olhar

de quem lhes dá atenção.

São de cores variadas,

como o pensamento.

Vagam livre,

não sonham,

apenas

vivem.


Imagem:http://www.magiazen.com.br/wp-content/uploads/2009/02/pedras.png

Do Presente


Francisco Perna Filho













Noites

com semelhança de iguais,

sem nunca serem.

Sonhos,

séculos de incertezas.

Não se recicla o tempo.

Não se enclausura os sóis.

Onde estão os iguais?

A verdade pode ser partidária do dia ou da noite,

do ontem ou do hoje.

O amanhã a quem interessará?

Peitar o mundo,

derrubar os encantos

são tarefas de hoje.






In. Refeição. Goiânia: Kelps, 2001, p.113.
Foto by Francisco Perna Filho. Caminito de la Boca. Buenos Aires-2009.






Duplo




Francisco Perna Filho










Faz frio,
fina a pele fica,
o filho dorme.
Há calma,
são secretos os sonhos.
A mulher suspira,
liberta de tudo revela esperança
nos graciosos gestos.
O sono não vem,
invento palavras.
Meus olhos coalhados secam a noite.
Barcos invadem minha sala,
aviõs-de-guerra sobrevoam a minha cabeça.
Caminhos me levam para fora de mim,
viajo.
Não há como entender.
Pessoas conversam,
olho,
nada vejo.
Pássaros libertam-se-lhes os cantos.
Voo.
O filho chora,
faz frio.
Há uma escuridão perpetuada.
Manhã pesada.
Sou pura distração:
afastado de toda racionalidade
observo os pés do sofá.
Alguns passos, passo pela porta do quarto
e contemplo o meu corpo
petrificado no espelho da sala.
Reflito um abraço e vou dormir.



In. Refeição. Goiânia:Kelps, 2001, p. 118-119.

Trânsito


Francisco Perna Filho














Noite,

os carros disputam a volta,

os homens refletem o trânsito:

caos, crítica, crime.

Náufrago,

choro, o tempo atropela o desejo,

almas depositada.

Não há reação...

nos esguichos de vida

o corpo guarda o guarda.

Não há apito,

não há guincho.

De que adianta a direção?

no espaço de todos

a ausência de muitos.




In.Refeição.Goiânia:Kelps, 2001, p. 73

SAGRADA CEIA


Francisco Perna Filho

















A imagem,

carcomida,

age,

na ilusão da mesa,

na solidão do prato,

comportando olhos

peregrinos

e santos.

A imagem

da amanhecida ceia

ainda traz em si

uma serena alma

amarelecida em prantos.

A imagem,

que carcomida age

colhendo pratos,

revisa a fome

de santos e peregrinos.



In. Refeição. Goiânia: Kelps, 2001, p. 105.

Imagem: Pablo Picasso, Pintor e Escultor Espanhol (Cubismo), 1881-1973. Girl Before a Mirror [Femme au miroir],1932 - (Museum of Modern Art, New York)

GOIÂNIA


Para Celina Manso










Francisco Perna Filho

Goiânia,
ouço o teu grito,
como num eco, repetidas vezes,
nesse corredor vazio da Avenida Anhanguera,
nas mortes irrelevantes da Rua 90,
nos banheiros pobres da periferia
encardidos de amor barato,
de retalhos e esperanças,
cheirando a naftalina e eucalipto.
Eu contabilizo a tua dor
Nos barracões de lona preta,
Nas casas sem porta,
E nas goteiras da tua ilusão.
Eu vejo o olhar iluminado do césio 137
passeando num velho Fiat
pelas ruas esburacadas do nosso desencontro e,
deslumbrado, contemplando a natureza morta
nas tuas curvas e viadutos.
Eu choro o teu abandono,
o teu desprezo,
a tua impotência,
nos olhos paralisados dos meninos de rua,
tão vermelhos quanto os semáforos da Avenida Mutirão,
e mastigados pela cola que os consome.
Eu sofro com os teus vagidos
nas obscuras celas dos teus presídios e manicômios,
e na pálida alegria das tuas garotas de programa,
ao se sentirem importantes nas páginas dos classificados,
postadas como estampas de alguma correspondência barata.
Vejo-a daqui de cima, do Morro do Além,
e a fumaça que sobe dos teus prédios é da cor da alma dos teus algozes.
Vejo os teus mortos e desabrigados,
desiludidos e aviltados,
chorosos e maledicentes ao se virem enxotados de suas ilusões.
Goiânia,
Talvez o meu canto, de natureza triste,
de escombros e revoltas,
Pareça uma ofensa, mas não.
O teu lado belo, da Art Déco, todos conhecem.
As tuas praças floridas,
Tuas avenidas,
Os bairros nobres e condomínios fechados,
Já não são novidades.
Os teus hospitais, centros de excelência,
Tuas catedrais,
Teus palácios,
Aeroporto,
Rodoviária e shoppings.
Tudo isso nos enche de orgulho,
Mas não podemos quedar-nos diante do feio,
Da corrupção,
Do desmantelo.
Goiânia,
A tua história é canto de toda gente,
De todos os cantos,
De todos os povos,
Que aqui chegaram,
Vindos de outras terras,
Com olhares vários,
Com sonhos, costumes e tradições,
Deixando para trás o berço,
A família e o olhar,
Porque foste a eleita e,
Por ser assim, é que te queremos mais amada,
Menos amarga,
Porque fazes parte do mundo,
Porque trazes uma parte e uma fala de cada povo,
E em ti estão as feições de uma sociedade cosmopolita.




Foto by Francisco Perna Filho

POEMA HOMENAGEM



Clique na imagem para ampliá-la!












Hoje cedo, tive a grata satisfação de receber esta homenagem do meu dileto amigo/irmão Sinésio de Oliveira, poeta, jornalista e fotógrafo.




Foto by Sinésio DeOliveira

New York



Francisco Perna Filho












O pássaro

vê a cidade

Lentamente/ letalmente

Mergulha.

O pássaro

É de metal

E só percebe o próprio vôo,

Desconsiderando as cores

E os sonhos que carrega.

O pássaro vê

Mas não ouve.

A cidade ouve

Mas não vê.

A vida imita a arte:

O pássaro explode

Em chamas,

A cidade

Chora escombros.




In.Refeição. Goiânia: Kelps, 2001.

TRANSFORMAÇÃO


Francisco Perna Filho












Peixe na linha,

rima de pescador.

Encontro de águas e arco-íris.

Rio quebrado nas voltas dos olhos,

no piscar dos barcos,

na manga de chuva.

Perpetuado no mormaço da existência.

Os olhos observam o ritmo:

na rima quebrada do peixe fugido,

na desalegria de morte escapada,

na deselegância de mesa-objeto, sem pão.

O rio continua

no riso pálido do pescador extático,

no hiato das culturas,

na incontinência dos jovens poetas.

Linha, água.

Peixe, anzol.

Pescador.



In. Refeição. Goiânia: Kelps, 2001, p.37.

AUTOBIOGRAFIA



Francisco Perna Filho


Nasci,

tomei conhecimento do mundo

e de mim.

Além dos outros,

somente eu:

UM.

Um a contabilizar os dias,

os goles e os livros,

a jurar amores

às cartomantes.

A correr sem medo,

sem dinheiro e sem rumo,

espantava a velhice escovando as horas.

Quando cresci,

fui jogado no mundo,

bati com a cabeça na vaidade alheia,

conheci mulheres

e espelhos,

e descobri-me sobrevivente

ao brindar com o inimigo.

Acumulei perdas

e desilusões.

Talvez, por ter nascido bem mais tarde,

não me calaram a voz.

Chorei.

Persegui amores,

como os cães do interior

perseguem carros:

uma luta vã.

Sobrevivi,

tive bem mais sorte

do que o Latim.

Historicamente me fizera,

na repetição dos dias

e dos filhos,

descobri o amor.



Foto by Tainá Corrêa

URBANO




Francisco Perna Filho









Rádios,

vozes,buzinas,

o cheiro dos cafés

e o dia refaz-se

nas palavras do homem

que denuncia o mundo

ao contemplar os seios

da mulher que passa.

Labirinto humano,

traçado e forjado

no livre arbítrio.

O homem,

cujos seios busca,

desmancha-se

em vozes,

luzes

e cansaço.

Também é morte,

Norte,

breve,

que se faz

noturno.



In.Refeição. Goiânia: Kelps, 2001, p.63


SHOW DE GRAÇA


Francisco Perna Filho













O ser, capenga,
capina.
A mata, em riste,
resiste.
Na lâmina cega,
o reflexo de mais um capítulo
de devastação.

Tão desolado,
do outro lado,
o homem fica.
Setenciado,
brinca de ser humano.

A lua olha
o cambaleante homem,
que perfila tombos pela avenida.
Numa igreja à vista,
uma placa indica:
Show de graça!
Sem pagar ingresso,
ele entra,
senta-se,
chora,
morre de rir.




In.Refeição. Goiânia: Kelps, 2001, p.91.

Imagem: Giorgio de Chirico. The archeologist, 1927. Óleo


ANOTAÇÕES


Francisco Perna Filho









Fundada em lonjura,
a saudade é áspera.
Farpado arame,
pintura descascada.

Turvo canto,
lânguido e impessoal
como a ausência,
sem defesa na hora que ataca,
como a fera que espreita e devora.


In.Refeição.Goiânia: Kelps, 2001, p.43.

MODERNIDADE


Francisco Perna Filho














Divisando o vazio

no espaço do grito,

na transgressão do interdito,

na instabilidade da perda,

no reflexo do eco.

Chorando os muros da modernidade,

com palavras parafusadas na alma

do fragmentado Ser,

a virgem cola sentimento

e clona o amor.





In.Refeição. Goiânia: Kelps, 2001, p. 55.

PANDEMIA


Francisco Perna Filho










Meu gato Pan,

de noite,

Mia.

Com sede,

Mia.

Com sono,

Mia.

Pan, de noite,

Mia.

Pan, de dia,

Mia.

Mia é a sua mãe.

Todos chamam-no

de Pan de MIA [PANDEMIA].



Foto by Francisco Perna Filho - Gato Chico.

Palavras de um morto










Francisco Perna Filho



O que seria a loucura para vós?
um homem voltado ao vazio,
nas ruas grávidas de gente?
meu coração parte-se.
E a mudez que o estampido rompe,
não desfaz minha fé nos homens,
nas palavras.
Tivésseis carregado vossas armas de boas intenções,
por certo, o medo não rondaria nossos caminhos.
Não vos acuso pela loucura do mundo,
mas não posso admitir
que façais tombar a esperança
de campos floridos,
de crianças correndo brilhatemente pelos bosques,
de janelas abertas prenhes de um novo dia.
Há um grito em cada verso meu,
grito abafado, mas sereno.
Um grito continental,
de clamor e piedade pela humanidade.
De que artes & manhas são feitas as guerras,
irmãos meus?
talvez da racionalidade humana,
porquanto loucos não declinam maldades,
apenas perseguem vazios.




In.Refeição. Goiânia:Kelps, 2001, p.89.

Imagem: http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=8797139806311672068

Espelhado de céu muito sereno














Por Francisco Perna Filho





Depois de morar em São Luis do Maranhão, Cuiabá, Palmas, Goiânia e Fortaleza, Jádson Barros Neves voltou à sua pequena cidade, Guaraí-TO, para uma jornada de intensas leituras e escritas.Leitor de William Cuthbert Faulkner, estudioso contumaz das nossas Letras, traz na alma, um tanto quanto inquieta, os causos, lendas e mitos da Região Norte, principalmente do sul do Pará, onde trabalhou como vendedor de secos e molhados, juntamente com seu pai, já falecido.

Jádson, ao longo dos seus quarenta e dois anos de existência, vem construindo um trabalho de fôlego na narrativa contemporânea brasileira, mais particularmente na categoria conto. Detentor de diversos prêmios literários, tanto no Brasil, como no exterior, valendo destacar o Concurso Guimarães Rosa/Radio France Internationale.

Enquanto o primeiro livro não chega (ainda é para este ano) Jádson vai se firmando como escritor, conquistando novos leitores e novas premiações, como recentemente o fez, nos 40 anos da UNICAMP, quando teve o seu conto “O Funil” incluído no livro “CONTOS – UNICAMP ano 40” (Editora da Unicamp,2007).

Ambientado num vilarejo qualquer, às margens de um rio qualquer, da memória do autor, o conto nos fala de companheirismo e perdas. Conta a história de Suzana, viúva de Orlando, e a do seu cunhado, José, na incansável busca para encontrar o irmão que fora tragado pelo rio quando nadava de volta para canoa, após recuperar a sua vara de pesca que caíra na água.

Narrada em terceira pessoa, intercalada por idas e vindas, irrompendo, às vezes, o discurso direto e o discurso indireto livre. O tempo narrado compreende quatro dias na vida dos personagens, desde a Sexta à tarde, quando Orlando caiu no rio, o Sábado e Domingo de buscas, até Segunda feira, quando o corpo foi encontrado.

Já de início, pode-se ver a força narrativa de Jádson, as belas imagens com que trabalha, consubstanciadas pela força lírica do seu texto. Como se pode conferir neste trecho:

“José havia remado a tarde inteira, por mais de dez quilômetros, rio abaixo, e também havia procurado ao longo do delta, nos baixios e nos remansos e agora estava exausto. Subia a ladeira que dava no vilarejo, onde uma lua gorda, amarela, nascia atrás da colina da igreja. Quando passava, as pessoas olhavam-no em silêncio, e José as cumprimentava e baixava a cabeça e as pessoas também baixavam a cabeça. Era um coro só, o coro do silêncio. José vinha adoecido daquele crepúsculo rápido e sangrento, daquele fim de inverno chuvoso, que ainda repercutia no horizonte em forma de relâmpagos esparsos.(...)”.

Com assomada capacidade perceptiva Jádson Barros Neves consegue, pela plasticidade de suas imagens, compor a atmosfera propícia para o fato narrado, como quando descreve a velha casa onde moram José e Suzana e, outrora, Orlando:

“A casa onde ela morava era velha, pintada de um amarelo corrompido pela ação das intempéries e descascada pelo sol. Esquecida, quase abandonada há anos, suas duas portas, suas três janelas fechadas, com fendas na madeira, guardando o silêncio e a poeira de muito tempo de esquecimento”.

Assim como a descrição encimada, muitos outros belos trechos são marcadamente inesquecíveis, como o que segue:

“Ela concordou mais uma vez com a cabeça e José foi fechando os olhos lentamente, contemplando a imensa lua amarela que sangrava perto da janela e lembrando do quanto era bonita a chuva no delta. Vira-a à tarde, uma cortina escura, que cavalgou escurecendo o horizonte”.

Percebe-se aqui, pelas passagens lidas e superficialmente analisadas, o pleno domínio da narrativa curta por Jádson Barros, a primazia com que tece as tensões nas suas histórias, sempre carregadas de muita reflexão e humanidade. Um voltar-se sobre si mesmo, revelando e encobrindo, causando no leitor a vontade de seguir adiante, como bem nos ensina Wendel Santos:

“O conto forma-se sob o anseio de duas tensões: o de revelar e o de encobrir. Tais tensões podem compor-se de modo o mais diverso. Há o conto que alterna revelação e encobrimento; há o conto que, de início, revela um mínimo suficiente para despertar a curiosidade leitora e, em seguida, numa ordem de crescimento constante, encobre seu objeto até o ponto em que é necessário outra vez revelá-lo(...)”

Jádson sabe muito bem do que fala Wendel Santos. Ele tem pleno domínio da técnica e da arte da escrita, sem falar no seu apurado senso estético. Adentrar a sua obra é permitir-se participar desse jogo, dessas tensões, para uma jornada de acontecimentos. O leitor está convidado a conhecer mais de perto o poder criativo deste autor tocantinense, que, sem medo de errar, faz parte do que de melhor há na Literatura Brasileira. Boa leitura!.





Imagem: Selfportrait - Maurits Cornelis Escher, Illustrador Holandês - 1898-1972.

Um olhar sobre as diferenças




A muda da minha rua falou-me das estrelas,
com ela aprendi a escutar o rio da minha infância










Por Francisco Perna Filho




Ao nascermos, a primeira leitura que fazemos do mundo é a leitura sensorial: os sons, as cores, os cheiros, a temperatura, as texturas, os sabores. Daí, passamos para abstração do mundo, começamos a sair do concreto para o abstrato, vamos eliminando as figuras; passamos ao simbólico, às sentenças, ao descortínio do que se nos apresenta implícito, nas entrelinhas. Tornamo-nos críticos do mundo e das coisas, senhores do nosso nariz, da nossa boca, do nosso paladar, do nosso cheiro, do nosso som. Espelhos de uma sociedade perfeita, aparelhada de um estado perfeito, de uma justiça perfeita, de um legislativo perfeito, portanto de homens perfeitos. Democraticamente perfeitos.

Descoberto um mundo não tão perfeito, ou quase imperfeito, modificamos a nossa crença, antes absoluta, para um aprendizado de realidades outras: os nossos pares são tão imperfeitos quanto nós, mas não se dão conta disso, até serem colocados à prova da convivência, quando os pré-conceitos afloram, quando a razão é imperativa e degrada, alija e maltrata.

Começamos a nos redescobrir como seres sensíveis, dotados de sentidos e de intuição; capazes de sentimentos e de reflexão. Passamos a valorizar o que somos e o que temos. Passamos a olhar o mundo, outra vez, com os olhos infantis para o descortino de um tempo ainda não corrompido. Um mundo vibrante, de formas e cores; de sons e cheiros. Redescobrimos a beleza do simples, para uma contemplação de plenitudes.

Reabilitamo-nos para a convivência plena: sem preconceito, sem discriminação, sem qualquer estigma. O outro nas suas particularidades, com as suas diferenças, com as suas idiossincrasias. O outro que - ao nos mostrar aquilo que somos - nos habilita para recifração de um mundo mais humano e pleno.




Imagem: Pieta - Jan Saudek, Fotografo Tcheco - born 1935-

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