Na Hora do Sono
Amar é como andar por entre facas.
A mão de sal no meu olhar de areia.
Poder levar à boca um beijo azul,
sorrir com dentes verdes e morrer.
Calcino a minha febre primitiva
na boca esquiva e negra das noturnas.
Agudo o anseio retalhando o ventre,
e o vácuo espaço qual o olho do abismo.
Todos os contos líricos morreram.
Em ti a esfinge canta um canto branco,
sereia em barco de um Caronte músico.
Amar-te é andar incólume entre facas.
Eros folheia um livro em minha cama
até rasgar-se a folha derradeira.
Fonte: Jornal de Poesia
Imagem retirada da Internet: Eros e Psique
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