Ao longo desses anos,
o que me disseram os homens
Apesar de seres tu,
não és, de certo, nenhum anjo,
alguém confiável,
pois bem sabes que a vida,
enrodilhada de homens esperançosos,
caminha a passos tardios e velozes,
inconcussamente para o adiante dos teus pés.
Bem sabes,
e de tanto saberes, é que te fazes compreensível,
já que as borboletas, no inverno, sempre vêm.
Arrastadas pela inocência do voo, transbordam
em fragilidades e, mesmo antes de alçarem o primeiro voo,
muitas delas ficam paralisadas na própria emoção
de serem insetos,
porquanto o céu, apesar de ser o limite,
tornar-se-á, sempre,
inatingível.
(...)
In. As Mobílias da Tarde. Goiânia: Perna&Leite, 2006.
Imagem retirada da Internet: borboleta
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