Da esquerda para direita: Valdivino Braz, Delermando Vieira e Chico Perna
Os Homens no Bar(co)
Os homens envelhecem no bar
bebendo as palavras salobras da noite
e cuspindo o azinabre corrosivo do tédio
E na longa travessia das horas
destiladas pelos copos
sabem o cansaço dos corpos
os vincos nas faces vulneráveis
e a vida moída pela mó
do inexorável
Sabem o íntimo silêncio
em que os gestos se anulam
os olhos no vazio vagam
e cada homem diz a si mesmo coisas
uns aos outros indizíveis
Sabem nesta hora a solidão sozinha
do lobo ferido no ermo do mundo
e os inevitáveis borrões vermelhos
da sangria própria do que é vivo
e dói
E morrem os homens à mesa do bar
barco de náufragos no mar de espuma
da última cerveja
In. A palavra por desígnio. Goiânia: UBE, 1983, p.22.
Braz, amigo poeta... que afina em letras as melodias da alma. É maravilhoso compartilhar com pessoas como esse cabra o espaço nesse mundão de Deus! Chico! Um grande abraço.
ResponderExcluir(Weder Soares)
http://retoquesdalma.blogspot.com/
Caro Chico, muito bonito, isto! Nós na fita. Uma bela foto. Saudoso dia de alegria. Quem não o repetiria? Mas, veja, seu Chico! Se beber, não dirija. Se não beber, paga mico. Mas isso já é poemeto de anarquista, oposto aos abcessos politicamente corretos. Grato pela espaço. Pega aí o pássaro do meu abraço.
ResponderExcluirVal Braz (ainda levando a vida).