Chorar chorar tão longamente como se a infância nos regasse ainda como se o choro contivesse em si o instante mesmo do parto do mundo; a ternura crescendo entre avencas brotando dos olhos dos homens.
Chorar tão longamente como se ainda nos legasse a infância velhos desejos, veleidades sólidas apedrejadas pelo peso do nada.
Chorar tão longamente até que a dor arraste para o fosso o sal da culpa, os sargaços, filhos do choro das pedras e a compaixão nos conforte em silêncio.
Chorar tão longamente as borboletas pousadas nos olhos e um soluço líquido, incontido arrebentando a represa das mãos.
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