Criou o suplemento dominical e o caderno "B", ambos no "Jornal do Brasil", do Rio
LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA
Morreu na madrugada de anteontem, em Brasília, o jornalista e poeta Reynaldo Jardim, aos 84, após o rompimento de um aneurisma. Amigos e familiares se reuniram ontem no Teatro Nacional de Brasília para o velório e cantaram sambas em homenagem ao jornalista.
"Foi um pedido dele antes de morrer: "Não quero choro, só samba'", disse a mulher de Jardim, Elaina Daher, que viveu com ele por 24 anos.
Jardim foi redator das revistas "O Cruzeiro" e "Manchete", além de ter trabalhado no rádio. Nos anos 50, criou o suplemento dominical do "Jornal do Brasil", que revelou diversos autores. Também criou o influente caderno "B", de cultura.
Após sair do "Jornal do Brasil", em 1964, foi diretor da revista "Senhor" e diretor de telejornalismo da TV Globo. Jardim também criou o jornal "O Sol" e participou da reforma gráfica de vários jornais do país.
Como poeta, deixou livros como "Joana em Flor" e "Maria Bethânia, Guerreira, Guerrilha".
Reynaldo Jardim nasceu em São Paulo, mas morava em Brasília desde 1983. A vida profissional do jornalista se dividiu entre Rio e Brasília.
Além da mulher, Jardim deixou quatro filhos. "Em todos os projetos em que trabalhou, ele sempre partia do princípio da página em branco. Era uma mente livre e incansável", disse Elaina.
Além de escrever, Jardim também gostava de artes plásticas-pintava e esculpia frequentemente.
"Era um homem que só falava de projetos futuros, não falava de passado, e tinha uma inquietação criativa muito grande", disse Alison Sbrana, cineasta de "Profana Via Sacra", documentário sobre a vida de Jardim.
O jornalista foi enterrado ontem, no cemitério Campo da Esperança, em Brasília.
Fonte: Folha de São Paulo - Ilustrada - 03/02/2011
Imagem Revista Nós
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