Gilberto Mendonça Teles - Poema


SINTAXE


ORIGEM


Agarro o azul do poema pelo fio
mais delgado de lã de seu discurso
e vou traçando as linhas do relâmpago
no vidro opaco da janela

Seu novelo de nuvens reduplica
a concreta visão deste animal
que se enreda em si mesmo, toureando
a púrpura do mito se exibindo
diante da minha astúcia de momento

Sou cheio de improviso. Sou portátil.
E sou noite e falácia. Sou impulso
e excesso de acidentes. Sou prodígios.
E agora que há sinais de ressonância
sou milícia verbal configurando
a subversão na zona do silêncio




In. Teologia de Bolso. Gilberto Mendonça Teles. Goiânia: PUC Goiás/Kelps, 2009,p.43
Imagem retirada da Internet: opaco

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