Morre Edwin Morgan, um dos poetas mais importantes da Escócia
DA FRANCE PRESSE, EM LONDRES
Edwin Morgan, considerado um dos poetas mais importantes da Escócia, morreu nesta quinta-feira aos 90 anos, informou a Academia Escocesa de Poesia. Ele sofria de pneumonia.
Morgan foi nomeado primeiro poeta nacional, ou Scots Makar, em 2004. Ele era conhecido pela variedade de sua escrita, que passava pelo soneto e pela poesia concreta.
Nascido em Glasgow em 1920, ele serviu ao corpo médico do Exército Real e ensinou inglês por mais de 30 anos na Universidade de Glasgow, informou o jornal The Guardian.
O primeiro-ministro da Escócia, Alex Salmond, chamou Morgan de "um homem verdadeiramente bom, um poeta excepcional e uma inspiração".
"Amado na Escócia e no mundo todo, seu trabalho tratou de questões globais e eventos históricos", disse o premiê segundo a BBC.
"Sua paixão por observar todos os aspectos da vida escocesa levou a Escócia para o resto do mundo."
A poeta britânica Carol Ann Duffy disse sobre seu amigo: "Um gênio bom, generoso e gentil se foi. Ele era um filho da poesia e abençoado por ela. Ele é simplesmente insubstituível".
Em 1982, Morgan recebeu a ordem do Império Britânico. Em 2000, ganhou da rainha a medalha dourada da poesia.
O poeta irlandês Seamus Heaney, que ganhou em 1995 o Prêmio Nobel de Literatura, disse: "sua coragem como homem e sua constância como poeta só aumentavam com a idade".
"Toda a comunidade de poetas orgulhava-se de sua fertilidade, e foi bom ele ter vivido suficiente para saber a consideração que sua cidade e seu país tinham por ele", diz Heaney, citando Glasgow, a maior cidade da Escócia, sobre a qual Morgan escreveu muitos de de seus poemas. Outro tema caro ao poeta era a ficção científica.
Homossexual, Morgan só assumiu sua orientação sexual em 1990, quando tinha 70 anos, depois de a homossexualidade ter sido descriminalizada na Escócia.
"Um espírito solidário que respirou solidariedade, um experimentalista que não desdenhava a acessibilidade", completou Heaney.
Influenciado pelo poeta russo Maiakóvski, pelo britânico William Blake, pelo italiano Eugenio Montale e pelos beatniks, como Allen Ginsberg, Morgan trabalhou também com traduções, vertendo para o inglês textos de idiomas como russo, húngaro, francês, alemão, italiano, latim, espanhol e português.
Fonte:Folha Ilustrada
Imagem retirada da Internet: Edwin Morgan
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