Elegia para os que ficaram
na sombra do Mar
Noite avançada, muita chuva no mar,
Uivos, latidos de ventos soltos, desesperados,
Vozes rezando de naufragados.
Ouço que estão batendo à minha porta.
São aqueles que vivem na escuridão do mar
São aqueles que moram com a noite no fundo do mar
E com a noite e com a chuva estão batendo à minha porta:
São piratas, são guerreiros,
São soldados que voltavam das Índias,
São frades que iam para o Japão,
São soldados, são guerreiros,
São marinheiros.
São eles que passam levados pelo vento
Ao longo dos mocambos dos pescadores;
São eles que giram como grandes e estranhas mariposas
Em torno do farol.
Sim, são eles que vão a estas horas, voando
Nas asas da chuva e da noite e das ondas do mar.
São soldados, são guerreiros
São marinheiros.
Praia do Farol, Olinda, 1937
In. Página do poeta Joaquim Cardozo
Imagem retirada da Internet: Mar
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