Chão de ausências
O vento varreu os rastros
e apagou deste lugar os sinais
da nossa presença.
Sou estranho nesta terra, minha mãe,
e piso um chão de ausências.
Arrancaram-me as raízes
e as curicacas, meu pai,
e não sei dos meninos meus irmãos,
soltos no mundo,
feitos filhos de ninguém.
Entre os esteios da casa desmoronada,
vasculho e recolho de tempo vestígios
- quase nada - das origens
e do que fomos outrora,
neste solo sáfaro
de nós.
Só escombros, minha mãe,
e a solidão
das macaúbas.
In. A palavra por desígnio.
Imagem retirada da Internet: Perdida
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário aqui