A BAILARINA
A bailarina feita
de borracha e pássaro
dança no pavimento
anterior do sonho.
A três horas de sono,
mais além dos sonhos,
nas secretas câmaras
que a morte revela.
Entre monstros feitos
a tinta de escrever,
a bailarina feita
de borracha e pássaro.
Da diária e lenta
borracha que mastigo.
Do inseto ou pássaro
que não sei caçar.
In. Os melhores poemas de João Cabral de Melo Neto. Seleção de Antônio Carlos Secchin. 4ªed. São Paulo:Global, 1994,p.18.
Imagem retirada da Internet: Bailarina
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