Francisco Perna Filho - Poema


Narciso (1594-1596), por Caravaggio.

SIMULACRO


A imagem
no fundo do poço
pronta para saltar
no rosto
de quem a espreita.
Tremeluzente,
pacifica
a permanência
do simulacro.
No desespero,
torna-se opaca
devorando o rosto
pelo qual se apaixonara.







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