O empresário morreu neste domingo, aos 95 anos. Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), ele estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O corpo é velado desde as 11h. Às 15h, Mindlin será levado para o cemitério Israelita da Vila Mariana, nana sul da cidade, onde ocorre o enterro.
Mindlin ficou famoso por doar sua biblioteca pessoal para a Universidade de São Paulo (USP), em 2009. Até então o empresário era tido como o maior colecionador particular de livros do País. Segundo a ABL, Mindlin era o quinto ocupante da cadeira 29, eleito em 20 de junho de 2006, na sucessão de Josué Montello.
Biografia
Mindlin nasceu em São Paulo em 8 de setembro de 1914. Formado em direito pela Universidade de São Paulo, foi redator do jornal O Estado de S. Paulo de 1930 a 1934 e advogou até 1950, quando fundou e presidiu a Metal Leve.
Foi casado com Guita Mindlin, que morreu em 25 de junho de 2006. O casal teve quatro filhos: a antropóloga Betty, a designer Diana, o engenheiro Sérgio e a socióloga Sônia.
Mindlin foi membro do Conselho Superior da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) de 1973 a 1974 e de 1975 a 1976, diretor do Conselho de Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e secretário da Cultura, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, quando estruturou a carreira de pesquisador. Fez parte do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CNPq), do Instituto de Pesquisa Tecnológica, e da Comissão Nacional de Tecnologia da Presidência da República, entre outras entidades.
Mindlin recebeu ainda diversas premiações, entre elas, em 2003 o prêmio Unesco Categoria Cultura; a Medalha do Conhecimento concedida pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; prêmio João Ribeiro da Academia Brasileira de Letras; e, em 1998, o prêmio Juca Pato como Intelectual do Ano.
O casal formou uma das mais importantes bibliotecas privadas do País, que Mindlin começou a formar aos 13 anos e chegou a ter 38 mil títulos. Em maio de 2006, o casal fez a doação de cerca de 15 mil obras da Biblioteca Brasiliana para a USP. No conjunto doado, constam raridades como documentos do século XVI com as primeiras impressões que padres jesuítas tiveram do Brasil, jornais anteriores à Independência e manuscritos que resgatam a gênese literária de grandes obras, como Sagarana, de Guimarães Rosa, e Vidas Secas,de Graciliano Ramos. É o autor de Uma Vida entre Livros - Reencontros com o tempo e Memórias Esparsas de uma Biblioteca e lançou em 1998 o CD O Prazer da Poesia.
Com informações da Academia Brasileira de Letras.
Fonte: Portal Terra
Que esta transferência para outro plano não seja vã: que desperte o máximo de novos produtores e promotores de letras neste país. Pessoas como José Minglin, nas palavras de seu amigo Guimarães Rosa, não morrem, "ficam encantadas". Forte Abraço!
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