Vera Lúcia de Oliveira - Poema



 

Neste final de ano, o Banzeiro Textual apresenta uma coletânea de  Poemas de Vera Lúcia de Oliveira, gentilmente organizada pela Autora para este Blog. Vera é uma das maiores vozes da Poesia Brasileira Contemporânea. 

Vera Lúcia de Oliveira é doutora em Línguas e Literaturas Ibéricas e Ibero-Americanas pela Università degli Studi di Palermo (Itália). Atualmente ensina Literatura Portuguesa e Brasileira na Università degli Studi di Perugia (Itália). O livro inédito La carne quando è sola, escrito originalmente em italiano, foi o vencedor do Prêmio Internacional de Poesia Piero Alinari, organizado pela Fundação Alinari, de Florença, em colaboração com Cátedra Giuseppe Ungaretti da Columbia University, de New York. O mesmo será publicado pela editora SEF (Società Editrice Fiorentina). Em 2006, o Ministério da Educação outorgou-lhe o Prêmio Literatura para Todos, na categoria de poesia, pelo livro Entre as junturas dos ossos, publicado pelo MEC em 110 mil exemplares e distribuído nas bibliotecas de todo o Brasil. Em 2005, recebeu o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras com o livro A chuva nos ruídos, publicado pela Escrituras. Recebeu também outros prêmios nacionais e internacionais de poesia e seus poemas foram traduzidos e publicados em várias antologias no Brasil, Itália, Alemanha, Estados Unidos, Romênia, Espanha e Portugal. Tradutora e divulgadora da literatura brasileira na Itália, escreve tanto em português como em italiano. Organizou antologias de vários poetas brasileiros e portugueses, entre os quais Nuno Judice, Lêdo Ivo e Carlos Nejar.

Entres os livros publicados, de poesia e ensaios, estão Geografia d'ombra (poesia), Fonèma Venezia, 1989; Tempo de doer/Tempo di soffrire (poesia), Pellicani, Roma, 1998; La guarigione (poesia), La Fenice, Senigallia, 2000; Poesia, mito e história no Modernismo brasileiro (ensaio), Editora da Unesp e Edifurb, São Paulo, 2002; A chuva nos ruídos (antologia poética), São Paulo, Escrituras, 2004; Verrà l'anno (poesia), Fara, Santarcangelo di Romagna, 2005; Storie nella storia: le parabole di Guimarães Rosa (ensaio), Pensa, Lecce, 2005; No coração da boca (poesia), São Paulo, Escrituras, 2006; A poesia é um estado de transe (poesia), São Paulo, Portal Editora, 2010; La carne quando è sola (poesia), Firenze, Società Editrice Fiorentina, 2011.




nem todo verbo
há de sangrar
na vértebra
também com anestesia
se há de se ir
dissecá-lo

para que não se perca
a parte dentro do nome
o que se desgruda por último
a margem ao redor do nome
o que perscruta em nossa boca
a ausência do pronome


(Do livro A chuva nos ruídos, Escrituras, 2004, São Paulo (Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras, 2005).

Imagem retirada da Internet: significante

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