José Inácio Vieira de Melo - Poema








Para Remedios Varo









SETE IRMÃS


Essas sete musas mal-assombradas
de cabeleiras ruivas, encardidas,
são tantas de bocetas encarnadas,
trazem entre as mãos minhas sete vidas

As cabeleiras ruivas dessas musas
são trepadeiras místicas em rito,
um anelo claro como um oráculo
a escalar as formas breves do mito.

São sete noites vividas por Borges,
são sete fadas da ilha de Lesbos,
são sete acordes de Joaquin Rodrigo,
são sete facas de Aderaldo, o Cego.

Ah minhas sete irmãs, filha de Safo,
lamber vossos cus é meu paraíso!
A plenituide de vossas entranhas
é o aconchego destes meus delírios.

Sete musas grávidas, musas graves,
a gravidade não pesa no abrigo.
A minha voz é um caminho cego
como Borges, Aderaldo e Rodrigo.

Ah minhas sete irmãzinhas serenas,
vamos jogar enquanto há tabuleiro,
sete damas-rainhas, sete Helenas,
sou vosso servo, vosso cavaleiro.

Musas oblongas, ventre salientes
em vossas carnes quentes eu reparo,
de forma a fora, com prazer encanto,
as sete faces de Remedios Varo.


Poema do livro inédito ROSEIRAL, a ser publicado pela Escrituras Editora, com lançamento marcado para março.


Imagem - Marc Chagall - Auto-Retrato com Sete Dedos,1912.

Vinícius de Moraes - Poema














A volta da mulher morena


Meus amigos, meus irmãos, cegai os olhos da mulher morena
Que os olhos da mulher morena estão me envolvendo
E estão me despertando de noite.
Meus amigos, meus irmãos, cortai os lábios da mulher morena
Eles são maduros e úmidos e inquietos
E sabem tirar a volúpia de todos os frios.
Meus amigos, meus irmãos, e vós que amais a poesia da minha alma
Cortai os peitos da mulher morena
Que os peitos da mulher morena sufocam o meu sono
E trazem cores tristes para os meus olhos.
Jovem camponesa que me namoras quando eu passo nas tardes
Traze-me para o contato casto de tuas vestes
Salva-me dos braços da mulher morena
Eles são lassos, ficam estendidos imóveis ao longo de mim
São como raízes recendendo resina fresca
São como dois silêncios que me paralisam.
Aventureira do Rio da Vida, compra o meu corpo da mulher morena
Livra-me do seu ventre como a campina matinal
Livra-me do seu dorso como a água escorrendo fria.
Branca avozinha dos caminhos, reza para ir embora a mulher morena
Reza para murcharem as pernas da mulher morena
Reza para a velhice roer dentro da mulher morena
Que a mulher morena está encurvando os meus ombros
E está trazendo tosse má para o meu peito.
Meus amigos, meus irmãos, e vós todos que guardais ainda meus [últimos cantos
Dai morte cruel à mulher morena!


Imagem retirada da Internet: Morena.

Adélia Prado - Poema




Adélia Prado








Entrevista


Um homem do mundo me perguntou:
o que você pensa do sexo?
Uma das maravilhas da criação eu respondi.
Ele ficou atrapalhado, porque confunde as coisas
e esperava que eu dissesse maldição,
só porque antes lhe confiara:
o destino do homem é a santidade.
A mulher que me perguntou cheia de ódio:
você raspa lá? Perguntou sorrindo,
achando que assim melhor me assassinava.
Magníficos são o cálice e a vara que ele contém,
peludo ou não.
Santo, santo, santo é o amor que vem de Deus,
não porque uso luva ou navalha.
Que pode contra ele o excremento?
Mesmo a rosa, que pode a seu favor?
Se "cobre a multidão dos pecados e é benigno,
como a morte duro, como o inferno tenaz",
descansa em teu amor, que bem estás.


Imagem retirada da Internet - sexo.

Alexandre Acampora - Poema

ALEXANDRE ACAMPORA - Escritor, documentarista e fotógrafo. Carioca do Rio Comprido. Morou no Estado do Tocantins por quinze anos, onde foi secretário de cultura da capital. É membro da Academia de Letras de Palmas, foi eleito para o cargo de conselheiro de cultura da cidade. Escreveu no memorável Pasquim, editou jornais alternativos. Escreveu dois livros paradidáticos - Introdução à Filosofia da Educação e História da Educação Infantil, editados no Rio de Janeiro e no Tocantins. Resgatou, reescreveu e produziu a edição de dois livros de Lysias Rodrigues - O Rio dos Tocantins e Roteiro do Tocantins. É autor do livro de poemas Espuma Sagrada do Tempo com duas edições, em Palmas. Escreveu e editou o romance minimalista A Princesinha Inca, o livro de artigos Escritos de Jornal. Foi cronista dominical da Folha Popular, editor de cultura no jornal Tribuna do Tocantins, articulista dos jornais Primeira Página e Cinco de Outubro. É autor de roteiros e diretor de documentários. Recebeu o prêmio de fotografia do Salão de Fotografias do Parque Nacional de Itatiaia. Pai de Selena, Thiago, Bianca e Nara, retornou ao Rio em setembro de 2006.


PALMAS


Acaricio
O parapente
De palmeiras imperiais
Na avenida JK.
Excelências imperiais da natureza
No cio das eras
No cio da eternidade.

Acaricio os ramos
Os cabelos das palmas
Ainda enquanto alcanço
Ainda enquanto posso
Ainda enquanto derramam
Suas ramas
Seus louros
Ao alcance de minhas mãos.

O cio das eras
Indica inatingíveis alturas
Cabelos ao vento
Espanando os céus.

Caminho
Por entre palmeiras meninas
Nessa Palmas
República da floresta.

Araras
Aves raras
Pousarão no cume
Das palmeiras imperiais
Da avenida JK.

Acaricio
Da eternidade o cio
Vendo através dos olhos de meus filhos
O futuro que virá.
Beijo com lágrimas felizes
O cio do porvir.

Com carinho
Abraço o feixe de folhas verdes
Palmas imperiais de meus sentidos
Hoje
Essa Palmas
Tenho nas mãos à altura
Ainda enquanto é tempo
O tempo infante dessas folhas.


Imagem retirada da Internet - Av. JK

Ana Cristina Cesar - Poema
















ANÔNIMO

Sou linda; quando no cinema você roça
o ombro em mim aquece, escorre, já não sei mais
quem desejo, que me assa viva, comendo
coalhada ou atenta ao buço deles, que ternura
inspira aquele gordo aqui, aquele outro ali, no
cinema é escuro e a tela não importa, só o lado,
o quente lateral, o mínimo pavio. A portadora
deste sabe onde me encontro até de olhos
fechados; falo pouco; encontre; esquina de
Concentração com Difusão, lado esquerdo de
quem vem, jornal na mão, discreta.


In.A teus pés, Editora Brasiliense, 1993 – S.Paulo, Brasil
Imagem retirada da Internet: sensual

Chico Buarque - Poema
















O meu amor

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca
Quando me beija a boca
A minha pele inteira fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada, ai

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos
Viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo
Ri do meu umbigo
E me crava os dentes, ai

Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me deixar maluca
Quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba malfeita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita, ai

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios
De me beijar os seios
Me beijar o ventre
E me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo
Como se o meu corpo fosse a sua casa, ai

Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz


Foto retirada da Internet: seios.

Renata Pallottini - Poema





















Cerejas, meu amor

Cerejas, meu amor,
mas no teu corpo.
Que elas te percorram
por redondas.

E rolem para onde
possa eu buscá-las
lá onde a vida começa
e onde acaba

e onde todas as fomes
se concentram
no vermelho da carne
das cerejas...


Imagem retirada da Internet: cereja.

Pablo Neruda - Poema












Os teus pés


Quando não posso contemplar teu rosto,
contemplo os teus pés.

Teus pés de osso arqueado,
teus pequenos pés duros.

Eu sei que te sustentam
e que teu doce peso
sobre eles se ergue.

Tua cintura e teus seios,
a duplicada purpura
dos teus mamilos,
a caixa dos teus olhos
que há pouo levantaram voo,
a larga boca de fruta,
tua rubra cabeleira,
pequena torre minha.

Mas se amo os teus pés
é só porque andaram
sobre a terra e sobre
o vento e sobre a água,
até me encontrarem.


Imagem: Pés.

Francisco Perna Filho - Poema




Para Sinésio Dioliveira





Libélula


Libélula

a tua língua

como pássaro em arregalado voo

para roubar o silêncio das flores.

De onde vens,

não importa.

Nada importa!

Nem mesmo o canto que não trazes.

O que importa em ti é o ócio prematuro dos insetos,

quando esticas o verde das folhas tenras

e te misturas à secura das árvores e ao cheiro dos cogumelos selvagens.

Libélula

a tua língua

no silencioso voo,

na nostalgia da intestina selva,

para seduzir o solitário fotógrafo

que te presenteia com desmesurados flashes.

Palmas, 25/01/2010


Foto by Sinésio Dioliveira

Safo - Poema




















A uma mulher amada

Ditosa que ao teu lado só por ti suspiro!
Quem goza o prazer de te escutar,
quem vê, às vezes, teu doce sorriso.
Nem os deuses felizes o podem igualar.

Sinto um fogo sutil correr de veia em veia
por minha carne, ó suave bem-querida,
e no transporte doce que a minha alma enleia
eu sinto asperamente a voz emudecida.

Uma nuvem confusa me enevoa o olhar.
Não ouço mais. Eu caio num langor supremo;
E pálida e perdida e febril e sem ar,
um frêmito me abala... eu quase morro ... eu tremo.


Fonte: cseabra.utopia - In.Clássicos do erotismo, vol. 2
Imagem: Erótico - Carlos Azulay - Pintor e escultor argentino, nascido em 1955 em Buenos Aires.

VISÕES DA CIDADE










I


A cidade é vista sob a neblina difusa.

Há um desejo de vê-la cada vez mais de perto.

ela é vária e diluída ensina

um olhar de milhas

que não se perde em mim.

A cidade é dura,

é leve

é ilha.

Somente em mim ela se completa.

Acordada, sente o olhar humano,

e dormindo, afaga os sonhos mais diversos.

Há um querer de ruas,

de praças,

de espaços e vazios.


Fonte da imagem:

http://mw2.google.com/mw-anoramio/photos/medium/2551780.jpg

Francisco Perna Filho - Poema












CONCERTO PARA VIOLINO



O projétil desliza em linha reta,

não há tempo nem espaço.

A lógica da bala é estúpida,

rompe o elo da existência.

Poderia ser assim,

mas o maestro russo Serguei Diatchenko, 64,

preferiu a corda, a viga, o impulso.

Há tempos perseguia o som original,

usara de todos os recursos e instrumentos,

percorrera rios e insônias

para quedar ali como uma fraude.

Não fosse a cobiça,

a pecúnia,

os sons seriam outros,

o ritmo seria outro,

o modo e o compasso diferentes.

Mas não,

Roma era grandiosa,

e ele sonhara com instrumentos perfeitos:

Messias;

Viotti,

Khevenhüller,

Paganini,

Lipin´ski

Davidov.

Fora além do seu sonho,

e, por um instante, tornara-se o deus Stradivari.

Soubera-se famoso ao reger a própria sorte.

No momento em que pendia,

não se dera conta do som que perseguia.



* O maestro russo Serguei Diatchenko, de 64 anos e aluno do genial regente austríaco Herbert von Karajan, se suicidou em sua casa em Roma, onde permanecia detido pela suposta venda a seus alunos de violinos falsos por preços elevados(O Estadão - sábado, 1 de novembro de 2008, 12:13).




In.Visgo Ilusório. Francisco Perna Filho. Goiânia: PucGoiás/Kelps (Prosa & Verso - Prefeitura de Goiânia). 2009,p.54.

Fonte da imagem:Stradivarius

SONETO EM DESALINHO





Francisco Perna Filho









Para onde me levará este olhar,

quando ainda não compreendo os caminhos,

com um amargo da palavra que me invade

e a luz rouca dos teus olhos que me fitam.


No teu silêncio principio a minha angústia,

longe, vaga, e tão presente me assola,

de dia, brinco, rio, falo, cantarolo,

de noite, cego, tateio sem destino.


Houvesse uma bússola para consolo,

nas batidas lentas dessa nossa vida,

eu seria um outro homem em escalada,


Mas a vida sonora é silêncio,

e a luz que brilha é o caminho que me cega,

quedo em canto, em pranto, em incerteza, em nada.



Palmas, 30/06/2009


Imagem: Lucien Freudhttp://media.photobucket.com/image/lucien%20freud/drawpartner/freudbyauerbach.jpg

Francisco Perna Filho - Poema

Feliz Aniversário, amor!



Para Rosana Carneiro Tavares





VISITAÇÃO




Quando os meus olhos
já cansados de tantas buscas,
amarrados por um certo tempo a uma linha qualquer
perdida no caos do porto.
E eu, aflito e insone,
perpetuando as mágoas
de um marinheiro afoito ante o mar tão caudaloso,
revivo nos teus olhos a paz tão procurada
e deposito no teu corpo a agonia de tantas noites perdidas,
na incessante procura de quem habita os bares de fuga e canto.

E eu, um homem só,
sem coragem de voz
e congelado na Inércia desse apartamento,
aliviado pelo barulho insípido da chuva que chora compassadamente,
na compensação dos gritos e soluços,
que maquinalmente eu não consigo emitir,
uno-me aos teus passos
e no movimento do teu corpo redescubro a vida
há tanto desaconselhada ao meu irresoluto ser.

E agora,
com a paz que os teus olhos me trouxeram,
irmanada pela vida redescoberta no meu ser,
restabeleço-me com a força dos teus passos,
aos passeios de vento e vela,
e durmo o sono adolescente,
para reinventar uma nova manhã
de pesca,
barco
e mar.

Foto: by Raimundo Nonato Rocha (Koró)

Fabrício Carpinejar - Poema












Testamento


Sou também um livro
que levantou
dos teus olhos deitados.

Em tudo o que riscavas,
queria um testamento.
Assim recolhia os insetos

de tua matança,
o alfabeto abatido
nas margens.

Folheava os textos,
contornando as pedras
de tuas anotações.

Retraído,
como um arquipélago
nas fronteiras azuis.

Desnorteado,
como um cão
entre a velocidade

e os carros.
Descia o barranco úmido
de tua letra,

premeditando
os tropeços.
Sublinhavas de caneta,

visceral,
impaciente com o orvalho,
a fúria em devorar as idéias,

cortar as linhas em estacas da cruz,
marcá-las com a estada.
Tua pontuação delgada,

um oceano
na fruta branca.
Pretendias impressionar

o futuro com a precocidade.
A mãe remava
em tua devastação,

percorria os parágrafos a lápis.
O grafite dela, fino,
uma agulha cerzindo

a moldura marfim.
Calma e cordata,
sentava no meio-fio da tinta,

descansando a fogueira
das folhas e grilos.
Cheguei tarde

para a ceia.
Preparava o jantar
com as sobras do almoço.

Lia o que lias,
lia o que a mãe lia.
Era o último a sair da luz.


“Um Terno de Pássaros ao Sul” (Escrituras, 2000)
Imagem retirada da Internet - reading

Gerardo Mello Mourão - Poema




CATARINA


À rosa e ao vinho

Era servido o aroma –

E era das uvas, ao cristal, ao beijo

De tua boca a mera

Libação do aroma.


Rosa era teu nome, Susana,

Catarina – e bêbedos de rosas, Diônisos,

Caíamos de uns lábios tintos.


Fortaleza, 1996



In.Cânon & Fuga.Gerardo Mello Mourão. Rio de Janeiro: Record, 1999,p.14.

Imagem retirada da Internet: Uvas.

Francisco Perna Filho - Poema













HAITI


A terra fende,
os corpos fedem,
as almas fogem.
Só agora te tornas visível
aos olhos do mundo.
uma esperança fugidia,
desmantelada,
emerge dos escombros,
dos gritos petrificados,
dos anos de desgoverno,
de exploração
e de miséria.
Não há tempo
para chorar os mortos:
insepultos cidadãos do previsível.
Não há tempo para nada,
só resta sobreviver,
fugir da própria dor,
resistir mais uma vez.


Imagem retirada da Internet - Foto by AP - todos os direitos reservados.

Gonçalves Crespo - Poema



(1846 - 1883)

António Cândido Gonçalves Crespo nasceu nos arredores do Rio de Janeiro, filho de um negociante português e de uma mestiça, foi para Portugal com dez anos de idade. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra em 1877, sendo colaborador do jornal “A Folha”, da qual era diretor João Penha, poeta que introduziu em Portugal o Parnasianismo. Naturalizou-se português. Casou, em 1874, com a escritora Maria Amália Vaz de Carvalho (1847-1921). Fez carreira no mundo das Letras e também na política. De saúde débil, contraiu tuberculose, vindo a falecer, aos 37 anos, em 1883. Gonçalves Crespo foi influenciado pela escola parnasiana, notando-se nas suas obras poéticas o abandono da estética romântica. As suas poesias foram reunidas nas colectâneas Miniaturas (1870) e Nocturnos (1882). Tendo casado com a escritora Maria Amália Vaz de Carvalho, escreveu em colaboração com ela o livro Contos para os Nossos Filhos, publicado em 1886. Em 1887, são publicadas as suas "OBRAS COMPLETAS" prefaciadas por Teixeira de Queirós e Maria Amália Vaz de Carvalho.


ALGUÉM


Para alguém sou lírio entre os abrolhos,
E tenho as formas ideais do cristo;
Para alguém sou vida e a luz dos olhos,
E se a Terra existe, é porque existo.

Esse alguém que prefere ao namorado
Cantar das aves minha rude voz,
Não és tu, anjo meu idolatrado!
Nem, meus amigos, é nenhum de vós!

Quando alta noite me reclino e deito,
Melancólico, triste e fatigado,
Esse alguém abre as asas no meu leito,
E o meu sono desliza perfumado.

Chovam bênçãos de Deus sobre a que chora
Por mim além dos mares! esse alguém
É de meus dias a esplendente aurora:
És tu, doce velhinha, ó minha mãe.



In. Obras Completas (Transcrito da Antologia das Antologias. Organização: Maria Magaly Trindade Gonçalves et al..São Paulo: Musa, 1995,p.252.
Imagem retirada da Internet: Senhora.

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