Sal e Pão
Então o vento manda os trilhos na frente,
seguiremos em vagarosos trens
e povoaremos estas ilhas
Confiança por confiança.
Na mão do meu amigo mais antigo coloco
meu ofício de volta; o homem da chuva governa
agora minha casa sinistra e completa
as linhas no livro da culpa, que eu tracei
desde que me tornei cada vez mais estranho.
Você, com a batina branco-febril,
recupera os desterrados e retira
da polpa dos cactos um espinho
o símbolo da impotência,
para o qual nos curvamos sem querer.
Sabemos,
que permaneceremos prisioneiros do continente
e à mercê de novo de suas injúrias,
e a maré da verdade
não se tornará ainda mais rara.
Dorme então nos rochedos
do crânio pouco iluminado,
a garra segura na garra
na escura pedra, e curados
estão os estigmas no violeta do vulcão.
Da grande tempestade de luzes
nenhuma alcançou a vida.
Assim pego do sal,
quando a maré nos sobe,
e regresso
e o coloco no umbral
e entro em casa.
Dividimos um pão com a chuva,
um pão, uma culpa e uma casa.
Tradução de Viviane de Santana Paulo
Fonte: Agulha
Imagem retirada da Internet: trilhos