Francisco Perna Filho - Poema


Atrás do curral



Atrás do curral,
mora uma fada,
que se enfeita
de folhas e pimentas
vermelhas.
à noite,
quando se deita,
iludida pelos pássaros,
que passeiam no seu ventre,
entrega-se a rosas e risos,
para, depois,
serenar
adormecida.


Do livro inédito Venerada Veneranda.




Imagem retirada da Internet: pimentas

Francisco Perna Filho - Poema




Passagem




Sob a ponte,
a fonte,
um passado em torrente,
um menino acena para sua mãe.
A água é fria,
a vida larga,
os olhos do menino
devoram o céu imenso.
Ninguém sobrou
para contar a história.
Só a memória,
e é essa
ficção.


Imagem retirada da Internet: ponte

Francisco Perna Filho - Poema




No balanço do vento


                                        Para minha Mãe



Eu choro pela minha mãezinha,
que ficou só.
Ela era tantas,
estampava alegria,
um canto de primaveras,
um olhar para lá do rio.
Assim, como está,
hoje, como a flor solitária na roseira,
indo e vindo,
no balanço do vento,
só, sozinha, somente.
Para onde vão os filhos
depois que crescem?
vão para qualquer lado,
canto, ou país,
não importa.
O que importa
é a porta sempre aberta,
o barulho que levam,
e a certeza de que são muitos.
Eu choro pela minha mãezinha,
Só, sozinha, semente.


Imagem retirada da Internet: borboleta

JJ Leandro - Conto




ELEIÇÕES NA CASA DO SENHOR




Um diálogo possível, pois nestes tempos volúveis só a imprevisibilidade é previsível.


(Pedro um tanto assombrado)
— Senhor, acordai do sono eterno.
(O senhor atarantado após uma eternidade letárgica)
— O que há, Pedro. Como ousas tanto?
— É que os protestos se fazem presentes, pressentis?
(A ignominiosa onipotência falando mais alto)
— Um leve murmúrio... não mais.
(Pedro com um resquício de receio humano)
—  Estais mouco, digo sem medo, que medo maior é depordes. É assim que começa, Senhor. Em pouco é conflagração aberta na praça, como no Egito e na Tunísia.
(Senhor, numa consulta comum aos que pouco se dedicam aos seus sérios assuntos)
— O que fazem meus ministros nas igrejas católicas, dize-me Pedro?
(Pedro sobremaneira contrariado)
—  Dormem, Senhor, é o que fazem. Dormem sobre oferendas, esmolas, donativos e falácias que emprenham pelos ouvidos.
(O Senhor com o ar afetado dos negligentes)
— Não me surpreende que os evangélicos medrem como ervas daninhas por todo lado. E o que querem, Pedro, esses insolentes?
— Eleições, Senhor, eleições.
(O Senhor surpreso sem medida)
— Aqui?
— Ainda não, Senhor, no Vaticano, por hora se bastam com isso.
(Senhor num oportunismo que o iguala em venalidade aos humanos)
— Pois abrevias, homem, prometes eleições.
(Pedro com temor hierárquico)
— Podem ser de 4 em 4 anos, Senhor?
— Sim, mas claro, de 4 em 4 anos.
(Pedro com certo alívio ao saber que a coisa doravante é de homem pra homem)
— E se Bento não gostar?
— Que se dane o Bento, eu é que não me posso danar.
(Pedro com alegria ladina)
— Bem sei, é aquela história: que se vão os anéis e fiquem os dedos.
(O Senhor com a rabugice de sempre)
— Justo, mas larga de filosofice que o momento é crítico, me previne a onisciência. Corre lá e anuncia a boa nova, eleições de 4 em 4 anos, antes que nem os dedos restem. 

O Poeta da Totalidade - Ensaio Crítico





Por Rodrigo Petrônio*


Se o poeta é mesmo um mediador, como queria Platão, aquele que intercede pelos deuses e faz falar em sua voz humana as palavras numinosas e divinas, que encarna na língua dos homens aquela linguagem ancestral de onde não só promana o verbo, mas que possibilita a própria existência da linguagem, poucos poetas deram um testemunho tão arrebatador dessa potência da poesia do que Saint-John Perse. E esse milagre se realiza com tanta pujança que, no seu caso, falar de poesia como se essa fosse um correlato do sagrado chega a ser quase um truísmo. Não só poesia e sagrado são a única e mesma coisa, como a melhor metáfora para o poema seria a de um altar em chamas, onde se consuma o fogo dos deuses e onde o homem se imola, sacrifica-se em sua finitude humana para, assim e somente assim, ingressar no reino da Totalidade que lhe fundamenta em seu ser e aderir ao devir de um tempo finalmente redimido.

Não é por acaso que, tendo-se em mente tal natureza de criação poética e de concepção de arte, o próprio Saint-John Perse comparará o poeta ao sacerdote: é aquele que no mundo moderno mantém aceso o fogo da superação de todos os limites e que força o espírito a transcender toda e qualquer contingência material. É desse impulso vital que emana a sua poesia e nele é que se funda o ímpeto de transgressão sobre o qual toda a verdadeira atividade poética se radica. Transgressão porque faz das balizas que se divisam no mar os pontos flutuantes de uma peregrinação incessante rumo ao Absoluto, e funda sobre a imagem mítica deste mesmo mar um palco onde se desenrola o destino da humanidade rumo ao esplendor e à transitividade, à impermanência e à grandeza épica que este mar encerra, em oposição à derelicção, ao abandono, à amargura e ao espírito de gravidade que aprisiona os homens no Porto, em terra firme, seres feitos exclusivamente para a morte e cativos de sua própria miséria.

Em um paralelismo curioso, é por meio do trabalho incansável de outro sacerdote espiritual, que também exerce função semelhante no mundo das letras, tamanho é o seu empenho e generosidade intelectuais, que o leitor brasileiro agora tem a oportunidade de ter acesso direto a essa poesia. Trata-se da tradução de Amers – Marcas Marinhas, obra fundamental, dir-se-ia uma das grandes obras da língua francesa, que vem a lume sob a esmerada e impecável tradução do Frei Bruno Palma*, que há 30 anos se dedica ao estudo e à tradução minuciosa deste que foi um dos maiores poetas do século XX. Assim, a atividade de Bruno Palma como tradutor é um caso exemplar em nossa vida intelectual. Haja vista o seu currículo invejável: sólida formação humanista e filosófica, conhecimento das línguas clássicas, longa estadia como pesquisador na França, onde foi aluno de ninguém menos que Julien Greimas, e, por fim, condecorado com a alta distinção de Cavaleiro pela Ordem das Artes e Letras do governo francês.

Por sua vez, a trajetória de Saint-John Perse, pseudônimo de Marie-René Aléxis Saint-Leger Leger, é das mais singulares e vale a pena ser comentada. Nascido em 1887, de família francesa, em Pointe-à-Pitre, na ilha de Guadalupe, no arquipélago das Antilhas, logo parte para a França. Cursa a faculdade de Direito e mais tarde, depois de cumpridos os anos de aprendizagem na Escola de Altos Estudos Comerciais, ingressa na carreira diplomática. Viaja pela Espanha, Inglaterra, Alemanha. Cumpre missões na China e retorna à França, onde é nomeado para o alto cargo de chefe de gabinete de Aristide Briand, Ministro de Relações Exteriores. Com a ofensiva alemã e a tomada de Paris, é demitido de suas funções e tem sua cidadania e seus bens confiscados pelo governo de Vichy, em 1940. Exila-se nos  EUA, de onde enceta uma série de novas viagens, podendo regressar ao solo francês apenas no final da década de 50, quando dá início a um novo período de sua vida, repleta de prêmios, condecorações, publicações e traduções de sua obra, vindo falecer em setembro de 1975.

Esses dados biográficos não são gratuitos, tampouco têm função ornamental em relação à sua obra. Se pensarmos, como o fez o crítico Albert Henry, que a obra de Perse se funda em uma poética do movimento e do devir, sua própria situação itinerante pode nos afiançar essa hipótese, bem como corroborar a permanente insatisfação e a profunda insubmissão que movia o poeta, presentes ao longo de seus versos e referidas como sendo a grande virtude da poesia, como diz a famosa (e poética) carta a Dag Hammarskjöld, consultor do tradutor sueco de Perse. Se pensarmos que a tônica de sua poesia é a adoção de uma perspectiva cultural ecumênica, ou seja, uma poesia que pretende dar uma configuração universal de toda a humanidade, na qual não raras vezes somos tomados por uma riqueza vocabular, histórica e geográfica desconcertante, poesia esta que também trata sempre de celebrar a viagem, não só em sua dimensão literal, mas também em seu sentido alegórico, como travessia do homem pela sua existência na Terra, os dados biográficos e poéticos se complementam, formando juntos uma só fisionomia do homem que os compôs.

No caso de Amers, trata-se de obra complexa, que foi publicada em partes, em revistas literárias, e depois reunida em volume, em 1957. Sua estrutura é sinfônica e de difícil redução didática. Subdivide-se em quatro partes: Invocação, Estrofe, Coro e Dedicação. Cada qual conta com uma seqüência de cantos, que vão se inter-cambiando, de modo que temos, se não um enredo, já que não lhe subjaz propriamente uma estória, um itinerário, que se abre às mais variadas interpretações e leituras. Atravessam essas quatro partes uma série de figurações, ou seja, de personagens que representam instâncias do real, indivíduos ou grupos humanos. São elas: Oficiais e Trabalhadores do Porto, Mestre de Astros e de Navegação, as Trágicas, as Patrícias, a Poetisa, as Profetisas, as Jovens e os Amantes, aos quais é dedicado o canto IX, Estreito são os Barcos, um dos mais belos da literatura erótica ocidental moderna e um dos poemas mais famosos de Perse. As remissões ao mundo grego e às tragédias são evidentes e programáticas: não só Perse estabelece um paralelo entre o seu mundo poético e a antiguidade, como usa, para a criação do espaço cênico de Amers, elementos e uma disposição semelhante às dos grandes teatros gregos, sendo o palco o próprio mar, onde se desenreda o fio da trama humana tendo o céu como pano de fundo.

Por seu turno, a pluralidade de sentidos da obra já começa pelo título. Amers, em linguagem técnica da marinha, são marcas, balizes que se fixam no mar para orientar a navegação. Porém, ela tem ressonâncias do verbo amar (aimers) e do vocábulo amares, que quer dizer estar diante do mar. Além disso há uma outra acepção: como notou a poeta Dora Ferreira da Silva em estudo sobre o poema e como ratifica Bruno Palma, amers também se aproxima de amères, que é amargo, e, ao dar a justa dimensão alegórica do percurso da humanidade, compara o desenrolar do nosso destino neste mundo com a amargura das águas que nos presenteiam com sua eterna novidade assim como nos arrojam na mais profunda solidão, finitude e instabilidade. O mar como correlato objetivo do puro movimento, do devir incessante, do ser unívoco e monista dos primeiros filósofos pré-socráticos, como Unidade imanente que corresponde ao próprio universo, tal como foi dito pelo poeta em carta a Roger Caillois, um dos maiores estudiosos de sua obra.

De fato, para Saint-John Perse o mar não é apenas uma entidade mítica, uma metáfora poética de alta carga semântica ou o ideal de uma vida colhida em pleno curso e em seu frêmito vital de expansão. O mar é signo da própria existência, corresponde àquela clareira do ser de que nos fala Martin Heidegger, e é também o Aberto por onde se acede ao Absoluto e onde nos reconduzimos àquela nossa pátria natural alienada: a Totalidade. Se desde o início dos tempos ela nos fôra privada e por ela o homem erra como um eterno exilado, tal como o solitário de Babel e Sião vive exilado da pátria Celeste, como nos diz Camões, e por sua ausência o homem vive preso à rotina da Cidade e da terra firme, entre as sombras do Porto, a poesia é um dos meios privilegiados pelos quais ele pode reconquistá-la e restituí-la. Porque nela se realiza a síntese suprema entre o instante que pulsa e o eterno, entre o movimento das imagens que nos vêm aos olhos, as vagas que quebram e se renovam, o mar que é sempre e sempre outro e sempre recomeçado, e aquela Imobilidade fulminante que só existe para além da percepção e dos conceitos, sede de toda a nossa vida possível e horizonte de toda a nossa liberdade.

Quando diante dela, cabe a destruição do poeta pela luz que exorbita os limites humanos. Aqui entra o mito de Xiva, que tanto atraiu Perse e que tanto marcou sua infância e seu imaginário. Mito pelo qual sua ama indiana, desde criança, lhe instilara a admiração, chegando a compará-lo a ele. E aqui nasce o poeta, como pequeno deus modelador do real, sob o signo de Xiva. Deus da suprema criação que é ao mesmo tempo a suprema destruição, destruição transfiguradora e criação que revolve tudo dentro de si, ímpeto prometeico rumo às origens e destruição da realidade tomada como uma das faces do sonho e da ilusão, véu de Maia, mergulho no sono das criaturas rumo à reorganização da ordem divina. É o poeta tomado pela hybris, emulando o Criador, querendo ser também ele um deus que cria o mundo pela intercessão da palavra poética. Mas também é o poeta em sua mea culpa, em um dos seus últimos livros, chamando-se a si mesmo de “macaco de Deus”. Não adianta a atitude simiesca, a imitação da música, a aspiração à divindade: tudo no mundo sublunar é causa segunda e derivação do primeiro sopro de Deus. Não adianta a atitude megalômana: somos todos ainda mais criados de Deus do que seus criadores. Poesia como meio e fim, essência e origem, sacerdócio e cuidado, contra o niilismo e o materialismo do mundo moderno e contra a vileza de valores de uma sociedade devastada.

Poesia como ciência do ser, porque toda a poesia é uma ontologia, diria Perse em um texto crítico. É um mergulho nas zonas indevassáveis do real e um parti pris do silêncio que institui a própria possibilidade da Palavra. Poesia da liberdade, da liberdade em seu estado puro e de pura latência, liberdade fundadora e original, não como algo perdido no tempo e em uma ancestralidade remota, mas como uma força que irrompe e se projeta no presente, e se oferece como o fundamento mesmo da própria possibilidade de nossas vidas e de nossos atos. Assim é o mar de Perse: instância projetiva do real, realidade fulgurante e ígnea, sempre apontando para a transcendência de si mesmo e do mundo pobre dos fenômenos visíveis e tangíveis. Para lembrar o discurso que o poeta pronunciou em Florença, em 1965, no sétimo centenário de nascimento de Dante, a poesia partilha de um tempo que não é nem histórico nem eterno: é um constante agora. E nesse sentido, Perse, ao falar do grande poeta florentino, falava sim de si mesmo. Dele que ergueu sua voz e fê-la alçar-se à dimensão daquela era plena da linguagem, de que nos fala o poeta, domínio próprio da poesia e sua morada, onde a palavra de Saint-John Perse, a sua precária palavra de homem, transfigurou-se, se susteve e agora permanece e há de se manter, como a de Dante, incólume e inaugural, sobre a lâmina do abismo dos séculos que se sucederão indefinidamente.



* SAINT-JOHN PERSE. Amers – Marcas Marinhas. Tradução, Introdução e Notas de Bruno Palma. São Paulo, Ateliê, 2004.

*Rodrigo Petrônio é um dos mais significativos poetas contemporâneos.




In. Revista Amálgama
Imagem retirada da Internet: Saint-John Perse

Gottfried Benn - Poema


                               


















Ah, o país distante






Ah, o país distante,
onde aquilo que desgarra o coração
sobre seixos redondos
ou sobre juncos, como libélulas frementes
murmura,
e a lua
de luz astuta
      - metade madura, metade branca de espigas –
ergue, tão consoladora,
o duplo fundo da noite –

       ah, o país distante,
onde o fulgor dos lagos
aquece as colinas,
por exemplo Asolo, onde repousa a Duse;
todos os navios de guerra, mesmo os ingleses,
baixaram as bandeiras quando “Duílio” passou por Gibraltar,
trazendo-a de Pittsburg, de volta –

        lá, monólogos
sem relação com o que é próximo,
sentimentos íntimos
precoces mecanismos,
fragmentos de totem
no ar brando –
um pouco de pão doce na jaqueta –
assim passam os dias,
até que depois de um longo voo
os pássaros possam pousar
perto do céu, num ramo



Tradução de Dora Ferreira da Silva


Imagem: Wikipedia

Escritor e filósofo Benedito Nunes morre aos 81 anos


Companhia das Letras
crítico e filósofo Benedito Nunes, autor de "Clave do Poético", vencedor do prêmio Machado de Assis 2010

Da Folha. com Ilustrada


O escritor e filósofo paraense Benedito Nunes, 81, morreu na manhã deste domingo (27). Ele estava internado havia dez dias no Hospital Beneficência Portuguesa de Belém (PA). Às 20h de sábado (26), foi transferido ao CTI (Centro de Terapia Intensiva), após sofrer hemorragia no estômago, mas não resistiu.

O corpo está sendo velado na igreja Santo Alexandre. Amanhã, às 9h será realizada uma missa de homenagem ao escritor e logo após, às 11h, o corpo será cremado no cemitério Max Domini, localizado no município de Marituba (20km de Belém).

VIDA E OBRA

Nascido em Belém em 21 de novembro de 1929, Benedito José Viana da Costa Nunes foi um dos fundadores da Faculdade de Filosofia do Pará, posteriormente incorporada à Faculdade Federal do Pará.

Por "A Clave do Poético", Nunes recebeu o prêmio Jabuti na categoria crítica literária, em 2010. No mesmo ano, ganhou o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.

Em 1989, publicou "O Drama da Linguagem - Uma Leitura de Clarice Lispector", um ensaio literário sobre a escritora.

DEPOIMENTOS

Aldrin Figueiredo, escritor e amigo de Nunes, conta que teve o privilégio de ter escrito um texto em parceira com ele, e que fez o prefácio de uma de suas obras, "Luzes e Sombras do Iluminismo no Pará", escrito em 2004, com Milton Hatoum.

Nunes era crítico literário e de arte, e sua primeira análise foi sobre as obras da escritora Clarice Lispector. "Desse estudo foram criados dois livros, 'O Mundo de Clarice Lispector' e o 'Drama da Linguagem', onde se observa uma análise fenomenológica e existencialista", explica Aldrin.

Ele conta que as obras foram elogiadas por Clarice que se tornou amiga do autor.

Amarilis Tupiassu, professora de Letras da Universidade Federal do Pará e da Universidade da Amazônia, afirma que Nunes estava sempre de bom humor, e uma de suas últimas brincadeiras foi dizer que, quando saísse do hospital, a primeira coisa que iria fazer seria comer um pastel.

"Benê sempre foi brincalhão até nessa situação ele fez piada." Ela lembra que quando ele recebeu o título de Doutor Honoris Causa, homenagem feita aos professores eméritos, ela fez a saudação.

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