Dora Ferreira da Silva - Poema



Valsas de Esquina de Mignone



Só um pássaro
e seu peso de orvalho tocando
o chão como se foram teclas.
Passa onde a graça
ilumina a cidade de ferro
subitamente atenta a essa beleza.

Nos jardins teimam rosas
delicadamente.
Violetas africanas
salpicam de ouro
muros escuros
e as princesas purpúreas
espiam dos balcões verdes
nas paredes florescidas:
dançam pétalas
dança a vida
nos jardins contentes
não termina a partitura
que se repete
sempre.


In. Jornal de Poesia
Imagem retirada da Internet: orvalho

Francisco Perna Filho - Poema

DEFESA CIVIL



A defesa se viu no espelho:

uma trepidação de terra,

um desarranjo de fogo

uma combustão de lagoa.

Deu na Folha de São Paulo: livro de Ian McEwan

Sob o sol de McEwan

Chega ao Brasil novo livro de Ian McEwan , uma comédia sobre o aquecimento global

Ricardo Maldonado/EPA
O escritor britânico Ian McEwan durante o festival Hay de Cartagena, em janeiro deste ano


SYLVIA COLOMBO
EDITORA DA ILUSTRADA

Não é de hoje que Ian McEwan, 62, flerta com a ciência. No thriller "Amor Para Sempre" (1997), um distúrbio psiquiátrico movia a trama. Em "Sábado" (2005), o protagonista era um neurocirurgião que saía de uma determinada situação difícil graças à sua expertise.

Em seu mais recente romance, "Solar", que chega no próximo dia 6 às livrarias do Brasil, o tema é o tão falado aquecimento global.

Nada poderia soar tão na moda -e ao mesmo tempo tão chato para servir de clima (com o perdão do trocadilho) para uma obra de ficção. Mas o britânico consegue evitar parte dos lugares-comuns que o tema poderia evocar ao propor uma comédia.

"Tomar posições, engajar-se é o que primeiro ocorre às pessoas quando se fala de mudança climática. É preciso mudar isso e, antes de mais nada, entender o que está acontecendo", disse o autor em entrevista à Folha, por telefone.

O processo de aprendizado a que se propôs incluiu uma viagem ao polo Norte, a observação da atuação de cientistas e três anos de leitura sobre o assunto.

"Sempre me aplico quando vou mergulhar num tema que me é estranho. Foi assim nas obras anteriores. Por enquanto, os cientistas que leram o romance não encontraram erros e os que mandaram cartas o fizeram para elogiar, espero que siga assim."

A inspiração para o romance surgiu depois que o escritor presenciou um encontro de cientistas na Alemanha. Decidiu, então, que o protagonista de "Solar" seria um vencedor do Nobel.

"Fiquei com vontade de investigar o que está nas sombras desses grandes egos. O que se passa no lado escuro da natureza humana, especialmente no das pessoas inteligentes. Me intrigam as diferenças entre seus ideais e a realidade em que vivem."

O autor de "Amsterdã" e "Reparação" pode vir ao Brasil lançar seu romance. No momento, diz que está trabalhando numa nova obra, ainda sem título definido, e numa adaptação para as telas da "short novel" "Na Praia" (2007). O filme será dirigido por Sam Mendes e terá Carey Mulligan (de "Educação") num dos papéis principais.

Escritor satiriza discurso de cientistas e de ambientalistas

Ao construir personagem principal, McEwan quis retratar lado estúpido das pessoas muito inteligentes

Para autor, tragédia por aquecimento global é questão de tempo e Brasil pode ajudar a propor soluções

EDITORA DA ILUSTRADA

O protagonista de "Solar" é Michael Beard, um cientista cinquentão, premiado já há muito tempo por um trabalho relacionado a Einstein, quando o romance principia.

Pouco incomodado com o aquecimento global e a perspectiva de o mundo acabar, ainda assim ele integra uma comissão do governo britânico -gestão Tony Blair- dedicada a desenhar saídas para o momento crítico. Apesar de viver conquistando mulheres, o personagem é um fracassado do ponto de vista afetivo. Glutão e desleixado, vê sua quinta mulher traí-lo com um pedreiro, no melhor estilo "O Amante de Lady Chatterley".

Depois, será levado a ter uma filha à sua revelia. O que muda sua trajetória é um acontecimento inusitado. Um jovem aprendiz, que também estava tendo um caso com sua mulher, morre em um acidente em sua casa. Beard não só faz com que a tragédia pareça um crime para incriminar o pedreiro, como rouba uma ideia do rapaz relacionada ao aproveitamento de energia solar por fotossíntese artificial.

A trama se estende até 2009, quando Beard se instala no Novo México, num empreendimento de uso da luz solar.

PROTAGONISTA

McEwan concorda com as semelhanças entre Beard e Henry Perowne, o protagonista de "Sábado", mas também vê diferenças.

"Perowne via o mundo desde o alto. Beard é fraco em suas emoções. De certo modo, representa a todos nós. Tem o grande atributo de ser muito inteligente e de agir de modo muito estúpido, como muita gente", explica. O personagem de Beard é patético até comover e a narrativa anda pontuada de cenas engraçadas. Como a que relata como o pênis do personagem quase congela quando ele tem de urinar na neve.

McEwan, ainda, satiriza todo o tempo os discursos dos cientistas e dos defensores do ambiente.

TRAGÉDIA

O escritor diz não ter dúvidas de que uma tragédia se avizinha como consequência do aquecimento global.
"Não mudaremos nada apenas por sermos bonzinhos. Para isso é preciso lidar com gente ruim e ambiciosa.
Comprar um carro menor não resolverá nada, apenas adiará o problema."

Apesar de ter críticas quanto ao modo como o governo britânico trata o tema, acha que o Reino Unido lidera as iniciativas na Europa.

"Mas todos contamos com o poder do Brasil, que está surgindo como nova potência mundial, para ajudar nessa questão", completa.
(SYLVIA COLOMBO)


SOLAR

AUTOR Ian McEwan
TRADUÇÃO Jorio Dauster
LANÇAMENTO Companhia das Letras
PREÇO R$ 48 (344 págs.)

30 de setembro de 2010


Francisco Perna Filho - Poema

GULA



Almocei,

Ai de mim,

I’m Sorry

Brasigóis Felício - Ensaio curto


A glória de criar galinhas



“Muito da literatura não vale um dente de alho”. Se a matéria da literatura não pulsa, e se não sangra, a tão glorificada criação não teria a dignidade que pode ter uma criação de galinhas. Compartilho com o pensamento de Raduan Nassar, um escritor genial, que renunciou à literatura, depois de consagrar-se, com a publicação de Lavoura arcaica e Um copo de cólera. Penso que os escritores e artistas, em geral (e aí eu me incluo) padecem de enxurrilho e incontinência verbo-borral, e danam a produzir livros, quadros e músicas às pencas, sendo a maioria repetição do já feito, e de qualidade bem chinfrin, depois de haverem criado o que neles foi um instante de beleza e perfeição, em que a forma entrou em acordo com o conteúdo.


As pessoas que se dizem artistas deveriam ter o senso da prudência e parar quando tenham atingido o seu auge. Gênios da literatura, depois de produzir obras canônicas e culminantes, de repente, não mais que de repente, param de produzir. Não são acometidos de remorsos ou dramaticidades. Já o contrário não acontece com a chusma das mediocridades. Produzem por vício ou no piloto automático, numa compulsão de doença. O que atropela o bom senso, e atravessa o samba, não é o buraco no fole da sanfona, mas a cilada do facilitário. Por não encontrarem dificuldades em exercitar sua mediocridade, e por terem abundante leitorado sintonizado com a mediania, seguem a diluir a si mesmos, aviando a mesma interminável receita, como certos mendigos de rua.


Não é preciso ir e olhar muito longe para se aquilatar o quanto a desmedida e até mesmo o sucesso vem matando ou diluindo a produção de muitos de nossos melhores artistas e escritores que trabalham em Goiás, ou em outros lugares mais cotados. Não citarei nomes; para não dizerem que só tenho olhos para enxergar a abundância alheia, falo de mim mesmo. Reconheço que sou um caso de produção compulsiva, que sai em jorros, como se eu não pudesse não escrever. Muitos são os que dizem ser o Hotel do tempo, publicado em 82, o melhor livro de poesia já saído da minha lavoura de palavras.


Em prosa, até hoje citam como momentos mais densos e verdadeiros, o Diários de André, livro censurado pela ditadura militar, em 1975, que agora relanço, em nova versão, e Monólogos da angústia, livro de contos indicado para o vestibular da UFG. Deveria ter parado aí mas, acreditando poder escrever algo melhor, continuei parindo livro após livro, sem atingir o nível daqueles. Van Gogh talvez tenha tido a trágica sorte de morrer muito cedo, depois de, movido pelo sofrimento e o desespero, produzir uma arte imortal. Ele próprio teve consciência dos riscos que correm os artistas, ao repetir a si mesmo, tornando-se menores do que são quando escreveu, em carta a Théo: “A arte é um combate. Na arte é preciso dar o sangue. Eu preferiria não dizer nada, do que me exprimir frouxamente”.


Ao participar de uma Bienal do Livro, em São Paulo, e lá pude ver o quanto de lixo literário as editoras estão empurrando ao mercado. Agora, na Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, vi a situação periclitar mais ainda – se antes era o lixo da sub-literatura o que editoras apresentavam ao leitorado, agora nem de tal enxurrilho se trata mais – autores nem são mais levados em conta. Agora trata-se de apresentar obras presepadas sobre personas & celebridades, tratando adultos como se fossem crianças, “treinando” crianças para o encantamento com a aventura de ler estimulando as primitivas camadas do cérebro batraquiano, que interessa-se tão somente por aquilo que se pode perceber estando em movimento.


Se antes poetinhas municipais, que têm grana para alugar um stand, junto a outros, escribas federais, com direito a tirar ouro do nariz por artes e malazartes de coxas & alcovas, e outras cochambrações, impingiam seus vagidos egolátricos aos incautos, hoje nem isto se vê mais. E o que foi deplorável, em face do avançar da calamidade, passa a despertar inveja e saudade. Enquanto pouco nada de bom e verdadeiro surge entre os ditos “novos valores”, paira, como nuvem de sombria mesmice, a impressão que fica, no entanto, é a de que muitos, dentre os que eram bons, uma vez corrompidos pelo Deus monetário do mercado, que lhes exige um besteirol por ano, deveriam ter parado, a bem de sua própria história, em prol da literatura, e rarefeito leitorado que ainda existe, em nosso tempo impregnado de mídias indutoras da alienação e do vazio.


No mais, é como escreveu Raduan Nassar, quando abandonou a literatura, por não acreditar que ela possa expressar o mistério da vida: “Hoje, finalmente, estou perto de realizar o que mais queria, quando criança: criador! Nada a ver, é claro, com a auto-suficiência exclusiva dos artistas (Deus os tenha!), que estou falando simplesmente em criador de bichos. Aliás, já suspeitei, mais de uma vez, que não há criação artística que se compare a uma criação de galinhas”. ´Se tal declaração não bastar, para explicar o chá de sumiço que deu a si mesmo, como resposta a seu desencanto com as pessoas, a literatura e a realidade tal como a construímos, Raduan falou: “Fiz um acordo com o mundo. Em troca de seu barulho, dou-lhe o meu silêncio”.


Imagem retirada da Internet: Livro

Pettras Felício - Crônica

O sincericídio do Tiririca


Pettras Felício *



Falo nesta crônica da tentativa de assassinato político do Tiririca, que se propõe a ser palhaço político em uma casa onde tantos militam, impávido-colossos, como arautos boquirrotos de causas inconfessáveis e abaixo de qualquer suspeita. Muitos o criticam e deploram, embora centenas de milhares, em ato de irresponsabilidade ou de protesto, se dizem dispostos a dar-lhe o seu sagrado voto. Sendo eleito, mesmo fazendo palhaçadas de todo tipo, não será mais lamentável do que as brigadas companheiras, a defender com unhas e dentes a roubania e os desmandos dos governos.

Muitos tem erguido alto a luz de seus fachos e gritado a plenos pulmões contra a carnavalização da política, representada, dizem, pelo palhaço Tiririca. Defensores da alta política, do fino jogo ideológico, senhores versados nas ciências e nos meandros da política estão envergonhados com a jocosidade, licenciosidade, ou deboche mesmo, com que Tiririca, e outros de maquiagem mais branda e nariz menos encarnado, que conseguem ocultar a origem arlequinesca, tem se conduzido na presente eleição.

Que o "pagliacci" em questão não possui credenciais ou predicados morais, intelectuais ou propositivos para o exercício das funções que pleiteia é um fato. Aliás, como diria Nelson Rodrigues, é uma obviedade ululante. Mas, dentre os outros, que pleiteiam ou que já ocupam tais funções, quais ou quantos efetivamente os tem? Nenhum problema em eleger um Clodovil, um Netinho, um jogador de futebol qualquer ou um KLB?

A questão central repousa, portanto, não nos méritos ou pressupostos políticos, ideológicos morais ou intelectuais que o candidato possui ou se isso lhe falta. A revolta não é contra nos fazerem de idiotas, nos tratarem como trouxas, nos tomarem por imbecis e sim, contra o fato de alguém assumir que o está fazendo.

Se um Tiririca diz não ter declarado bens por os haver transferido a familiares a fim de evitar que os cobradores ou mesmo a justiça lhos tomassem, o caso é de aviltante falsidade ideológica. Agora, quando políticos de já larga carreira, obviamente já afortunados pelo tempo de contato com o úbere do erário, seja pela larga remuneração que recebem, seja pelo domínio de técnicas de rapinagem, declaram patrimônio sabidamente inferior às suas reais posses, ou quando declaram agora, patrimônio inferior ao de pleito ou pleitos anteriores, nenhuma voz se levanta. Onde a luz das altas consciências? Onde os brados de revolta cívica? Onde a indignação dos que nos resguardam a pequena, mas ainda viva, reserva moral? Nada. Somente o cínico silêncio da complacência!

Em um país no qual alguém se esquiva da cumplicidade, quando não da autoria, dizendo simplesmente que não sabia, ou que não poderia ou deveria saber, ou ainda, quando diz "não ser responsável pelo filho de alguém" mesmo que o referido alguém tenha sido posto para que você ali permanecer mesmo tendo saído; enfim, em um país assim, um Tiririca é profilático, um Tiririca é sanitário, um Tiririca é desopilante, um Tiririca é purgativo. Armar-se alguém de pedras e discursos com vistas a atingi-lo é o mesmo que matar baratas a metralhadora. É cuidar da gripe e negligenciar o câncer. É pentear os cabelos na iminência do dilúvio. Quem o faz, é cão que ladra do portão para dentro. É quem chega ao campo após finda a batalha, a tempo ainda de receber a medalha. É quem se jacta de chutar cachorro morto.

A mim, que prefiro a verdade hiperbólica das óperas à mentira cínica; que prefiro a descompostura aberta àquela de gabinetes, de que raramente um vídeo nos dá notícia, um Tiririca é ruim, é péssimo, é aviltante; mas não mais que muitos outros, dos que ora chegam ou que aí já estão.


* Pettras Felício é Escritor, graduado em Direito e professor de literatura

e interpretação de texto em colégios de Goiânia


Imagem retirada da Internet: palhaço

Isabel Dias Neves – Belinha - Crônica

RECADO A QUEM VIVE NO CERRADO



Viemos a este mundo para aproveitar a vida! Se isto é verdade, nada melhor que usar a natureza para tornar a existência mais prazerosa. Assim, não ligue para as idéias desses ambientalistas nem para as campanhas dos órgãos públicos sobre meio ambiente! Eles estão com os bolsos empilhados de dinheiro. Não pare de usar o Cerrado. Abuse mesmo dele, um biomazinho que nem patrimônio nacional é. Até agora, só conseguimos destruir 48,4% do seu patrimônio. Temos que ser mais eficientes!

Comece a trabalhar pela sua casa. Se houver árvores na calçada, corte-as. Assim, o vento fica mais livre para nos acariciar a pele e o sol, bem mais solto para nos iluminar e aquecer. Dizem que duas árvores substituem um aparelho de ar condicionado, mas chique mesmo não é ter muitas máquinas em casa? Para que sombra? Tem muita gente desocupada e folgada deitada debaixo de árvores. É verdade que elas transformam gás carbônico em oxigênio. No mais, é exagero de cientista. A gente até já se acostumou com o gás carbônico! Como é bonito ver esse mar de carros e motos engalfinhando-se nas ruas e avenidas, lotando todo o espaço! Quando a fumaça que eles expelem estiver muito densa, é só virar o rosto para um lado e seguir em frente. Você já viu alguém morrer, de repente, por causa de poluição?

Agora, em tempos de eleição, solte fogos à vontade. Os comícios ficam bem mais animados e convincentes. Quando sobe às nuvens, o foguete engole oxigênio e solta dois tipos de outros gases tóxicos. Não dê importância a isto. Esse tal oxigênio a gente nem vê, não é mesmo? Se velhos e crianças ficarem com medo do estrondo dos foguetes, que tampem os ouvidos. É muito emocionante vibrar com o volume dos decibéis que o foguete emite, não acha?

Lave a sua calçada com água tratada mesmo. As Companhias de Água tiram muito dinheiro do nosso bolso. Tome seu banho demoradamente. Dá um enorme prazer. Ao escovar os dentes, deixe a torneira aberta. É poético ouvir o barulhinho da água escorrendo na pia. A vida precisa de mais poesia. Além disto, temos 2,66% de água doce em todo o Planeta Terra e 20% de tudo isto está no Brasil. Não há, pois, razão para economias.

Você não considera fantástica a invenção dos plásticos? Eles facilitam demais a nossa vida e, assim, podemos ter mais tempo para o lazer. Chato é suportá-los após o uso. Livre-se, então, deles, jogando-os nos rios e riachos que são muito preguiçosos. Demoram 400 anos para destruírem material plastificado, mas, no final, fazem seu trabalho direitinho. Em mananciais ricos em plásticos, os peixes desaparecem, porém, há muita carne bovina para o churrasco e outros pratos deliciosos. Os pastos estão abarrotados de boi gordo para o corte e para o lucro! Isto não é bom?

Você está percebendo que vendavais, enchentes e secas estão ocorrendo por esse mundo afora? É lamentável, não é? Mas, por que o povo dessas lonjuras não se cuida? Por que não muda de lugar? Por que não destitui seus governos corruptos? Nós é que temos sorte. Este calor e sequidão, de agora, é por pouco tempo. Além disto, estamos distantes de tragédias. Nossos governantes cuidam muito bem da nossa vida, trazendo-nos progresso. São honestos e só pensam no bem público. É verdade que, de vez em quando, alguns escorregam, mas são humanos e trabalham demais também.

Alguma coisa do que foi dita até agora está sustentada pelo Paradigma Científico, idealizado por Descartes, Newton e por outros cientistas ilustres. Segundo uma das suas idéias, que já duram 300 anos, a natureza tem que colaborar com a ciência, deixando-se torturar para dar lugar aos inventos. Afinal, não é a ciência que está salvando e alongando nosso tempo de viver? Boa vida para você


Isabel Dias Neves é Mestre em Educação, poetisa e escritora. E-mail: labelle@brturbo.com.br


Imagem retirada da Internet: cerrado

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