Georg Trakl - Poema

Basilica di San Marco

Em Veneza


Silêncio no quarto noturno.
Argênteo reluz o castiçal
no fôlego cantante
do solitário;
mágicas nuvens rosadas.
Negro enxame de moscas
escurece o quarto de pedra
e prova o tormento
do sem-pátria.


Imóvel o mar anoitece.
Estrela e negra viagem,
desapareceu no canal.
Criança, teu sorriso doente
seguiu-me suave no sono.



Imagem retirada da Internet: Veneza

Georg Trakl - Poema



No Outono


Junto à cerca, os girassóis e seu brilho,
Doentes sentados ao sol, sem alento.
No campo, as mulheres cantam no trabalho,
Ouvem-se ao longe os sinos do convento.
Os pássaros contam lendas de encantar,
Ouvem-se ao longe os sinos do convento.
Há um violino no pátio a gemer.
E já o vinho escuro vão recolhendo.
Todos parecem felizes, libertos,
E já o vinho escuro vão recolhendo.
Os jazigos dos mortos estão abertos,
Pintados pelo sol que vai entrando.

In.persowanadoo
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Trakl

Georg Trakl - Poema



Tradução: Cláudia Cavalcante

In.PersoWanadoo

Imagem retirada da Internet: Georg Trakl

Georg Trakl - Poema

labios8.jpg image by milouskablog

Elegía





La amiga que con flores verdes malabarea

jugando en los jardines lunares-

¡Oh! ¡Qué encandece tras los setos de tejos!

Áurea boca que roza mis labios

y ellos resuenan como estrellas

sobre el arroyo Cidrón.

Pero las nieblas de estrellas caen sobre la llanura,

danzas salvajes e inefables.

¡Oh! Amiga mía tus labios,

labios de granada,

maduran en mi boca de concha cristalina.

Grave reposa sobre nosotros

el dorado silencio de la llanura.

Al cielo se evapora la sangre

de los niños asesinados

por Herodes.







In.PersoAnadoo
Imagem retirada da Internet: Lábios

Cultural - Deu na Folha de São Paulo


Eric Risberg/APA escritora chilena Isabel Allende

Escritora chilena Isabel Allende

Após 10 minutos de vendas, quatro mesas da Flip estão esgotadas



DE SÃO PAULO

A organização da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) informou que quatro mesas que acontecem durante o evento tiveram os ingressos esgotados logo nos 10 primeiros minutos de vendas.


Eric Risberg/AP


A escritora chilena Isabel Allende, cuja mesa na 8ª edição da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), já está esgotada As mesas que esgotaram tem o cartunista americano Robert Crumb, o músico americano Lou Reed, a escritora chilena Isabel Allende e o romancista indiano Salman Rushdie.


Os bilhetes para a Flip-2010, que vai de 4 a 8 de agosto e tem como homenageado o sociólogo Gilberto Freyre, começaram a ser vendidos hoje, às 10h. Os ingressos estão sendo vendidos por internet, telefone e em pontos físicos em oito cidades.


Segundo os organizadores, o número de entradas disponíveis para o público será o maior desde que o evento foi criado, em 2003.Dos 850 ingressos para cada mesa literária da Tenda dos Autores, onde ocorrem os principais debates, 75% serão postos à venda.


O restante é distribuído entre patrocinadores, equipe técnica e acompanhantes dos convidados --universo que nos últimos anos recebeu cotas maiores, informou a assessoria do evento, sem precisar o percentual.


Fonte: Folha de São Paulo - 05/07/2010 - 11h35

Chico Buarque - Poema


EU TE AMO


Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir

Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu

Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu

Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair

Não, acho que estás só fazendo de conta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir


Imagem retirada da Internet: seios

Francisco Perna Filho - Poema

S I L Ê N C I O



A suposta lua que veríamos,

não a temos.

Somente as dálias,

os hibiscos,

o bule de café,

a sala bem arrumada,

dialogam com o nosso silêncio.

Tudo parece tão terno,

bem acabado,

perfeito para o amor prometido,

invetado em palavras raras,

prontas para serem ditas.

Lá fora,

a chuva,

a vida sonolenta,

a sirene d i s t a n t e,

as sonambúlicas palavras da madrugada

pronunciadas no sexo barato de alguma prostituta.

Aqui,

nos reclinamos,

propensos ao mundo,

ao tempo,

ao gozo,

quedos nas nossas vontades,

nos nossos vazios,

nos nossos delírios.

In. Revista Poesia Sempre. nº 31, ano 16. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 2009

Imagem retirada da Internet: Hibiscus

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