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Coração
Há que se entender o homeme seu devoto coraçãosobre as poeiras das emoçõesalquimia de peles ardentespelícula de ouro soprando cinzas: jogo do fogoou um pobre diamanteque se corta e se fereum espinho entreabertoincerto.Há que se entender o homeme seu coração acrobatano silêncio de suas mágicase que ninguém perceba suas tarassuas tiaras seus truquesseus gorjeios e perigosseus sussurros seu exasperadoesforço de polvo.Há que se entender esse devoto coraçãode cada noite de cada diacolhendo em seus roubos e arroubos(em sua oficina torta)uma reflexão quase morta:Ah, esse chacal enjauladocamuflado com armadurade muitas armadilhasem sua tessituratem um toque de ouro na rede de couroesse senhor dos reclames comerciaisda Coca-Cola ou dos chicletesdas bananas espaciaismove-se em liberdade pequena.Ah, esse coraçãoflor universalé nervo aveludadoem todos os tempos enlaçado.Ah, esse coração plantado com rosas mecanizadasé talvez um sonhoou uma fábula mal contadacom figuras quebradasmais tarde reencontradasASSASSINADAS.
Poemas do livro Profugus, Goiânia - 1990. Imagem retirada da Internet: balões
mt lindo!!
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