Francisco Perna Filho - Poema




Para Sinésio Dioliveira





Libélula


Libélula

a tua língua

como pássaro em arregalado voo

para roubar o silêncio das flores.

De onde vens,

não importa.

Nada importa!

Nem mesmo o canto que não trazes.

O que importa em ti é o ócio prematuro dos insetos,

quando esticas o verde das folhas tenras

e te misturas à secura das árvores e ao cheiro dos cogumelos selvagens.

Libélula

a tua língua

no silencioso voo,

na nostalgia da intestina selva,

para seduzir o solitário fotógrafo

que te presenteia com desmesurados flashes.

Palmas, 25/01/2010


Foto by Sinésio Dioliveira

2 comentários:

  1. Certamente você estava nas costas de alguma libélula ao fazer este poema. Mestre, obrigado pela consideração ao me dedicar um poema tão belo assim. Um abraço.

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  2. Amigo, o poema nasceu da contemplação do seu belíssimo trabalho: a foto que ilustra o poema.
    Adorei a foto do Gabriel Nascente.
    Abraço.

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