Dylan Thomas - Poema


No Meu Ofício ou Arte Amarga

No meu ofício ou arte amarga
Que à noite tarda é exercido
Quando alucina só a lua
E dormem lassos os amantes
Com as dores todas entre os braços,
É que trabalho à luz cantante
Não pela glória ou pelo pão,
Desfile ou feira de fascínios
Por sobre palcos de marfim,
Mas pela paga mais afim
De seus secretos corações!
Não para alguém altivo à parte
Da lua irada é que eu escrevo
Os respingados destas páginas
Nem pelos mortos presumidos
Cheios de salmo e rouxinóis.
Mas para amantes cujos braços
Têm os cansaços das idades
Que não me dão louvor nem paga
Nem prezam meu ofício ou arte.

Tradução de Ivo Barroso

Francisco Perna Filho - Poema


Ágape


Quando Deus franziu a testa,
o céu recolheu-se,
encheu-se de nuvens
e explodiu.
Daqui, como trovão, 
ouviu-se o arroto
de Deus.
Anjos entoaram hinos,
celebraram com Ambrosia,
nadaram nas piscinas celestes,
que transbordaram,
aliviando o homem amanhecido.

Imagem retirada da Internet: Banquete

Luis Cardoza y Aragón (Poeta guatemalteca) - Poema


Luis Cardoza y Aragón

Yo canto porque no puedo eludir la muerte,
porque le tengo miedo, porque el dolor me mata.
La quiero ya como se quiere el amor mismo.
Su terror necesito, su hueso mondo y su misterio.
Lleno del fervor de la manzana y su corrosiva fragancia,
lujurioso como un hombre que sólo una idea tiene,
angustiadamente carnal con la misma muerte devorante,
yo me consumo aullando la traición de los dioses.
Soledad mía, oh muerte del amor, oh amor de la muerte,
que nunca hay vida, nunca, ¡nunca! sino sólo agonía.
En mis manos de fango gime una paloma resplandeciente
porque el amor y el sueño son las alas de la vida.
Me duele el aire... Me oprimen tus manos absolutas,
rojas de besos y relámpagos, de nubes y escorpiones.
Soledad de soledades, yo sé que si es triste todo olvido,
más triste es aún todo recuerdo, y más triste aún toda esperanza.
Porque el amor y la muerte son las alas de mi vida,
que es como un ángel expulsado perpetuamente.



Fonte: Poesia Guatemalteca
 

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