Lírica II


um rio
silente
ainda corre
nestes vazios.
olhando daqui de fora,
a esta hora,
só um traço,
um estirão de nada.
- Já foi um rio!
-Água?
- só na memória!

Imagem retirada da Internet: chão




Francisco Perna Filho - Poema


Lírica


cinza,
o dia cinza, 
o céu de cinza,
o sol em cena:
50º.

fogo-pagô!
fogo-pagô!

rio de 
cinza e pó 
nas esquinas
do cerrado
em chamas.
geme o pasto,
o réptil,
o pássaro:

fogo-pagô!
fogo-pagô!


Imagem retirada da Internet: rolinha



Gottfried Benn - Poema




Mais solidão jamais


Mais solidão jamais em agosto:
Horas que completam -, nos campos
Ardente rubro e dourado
Mas onde se encontram teus jardins de desejo?
Os lagos claros, o céu aumenta
Os campos limpos e brilhando fraco
Mas onde estão a vitória e seu facho
Do reinado que tu representas?
Onde tudo está da sorte dependendo
E o olhar trocado e os anéis invertidos
No sussurro das coisas, no perfume dos vinhos
Tu serves ao antônimo do pleno, do pensamento.


Imagem retirada da Internet: solidão
In. Agulha


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