Especulação
Estava ali, o terreno intato,
Golpeado a lâmina sem nenhum respeito,
Censurado pelas casas vizinhas
Sofrendo sem sequer emitir um grito.
O homem veio para apreciá-lo
Mas beleza ele não tinha não:
acidentado, sujo, cheio de ervas,
só serviria para especulação.
Tão preso ao chão, ele imprimia estilo,
de chão batido e dureza autêntica,
queimaram-lhe a pele sem nenhum cuidado
cercaram-lhe o corpo com arame ardente
ficou assim, sem reclamar de nada
por um bom tempo amargurou desertos
sentiu-se só e planejou ir embora
numa segunda feira desapareceu.