Foto by Giacomo Capraro |
Aprendizagem das mãos
Cedo fui levado por estranhos,
num cavalo que ainda assombra
as noites da minha infância.
Cedo comecei a apanhar do mundo,
e logo aprendi meus medos
às mãos humanas
que agridem.
Tarde aprendi as próprias mãos
como armas para o revide,
mas o pouco que bati, doeu-me,
e diminuiu-me.
Por isso, amansei minhas mãos,
e adestrei-as para os ofícios
mais nobres.
Fi-las ferramentas
no corpo da vida,
e soube-me operário
na oficina da palavra.
In. A Palavra por desígnio (1983).
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